segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Gilvam Borges

Quem manda

Nesses filmes de ficção e de resistências ideológicas de salvação do Planeta, o aparato de segurança e proteção do líder é considerado essencial para o futuro dos projetos e do esquema determinado no roteiro cenográfico. Piuara é o porco líder de um bando de queixadas. Aos milhares, criam seus caminhos mata a dentro. Não raro, rasgam pelas vilas e pequenas cidades da Amazônia. Têm  características especiais: quando o piuara é atingido por um tiro de caçador, o bando desintegra, perdendo toda a força da coesão. A partir daí, reina a desorientação total. Nesses filmes de ficção e de resistências ideológicas de salvação do Planeta, o aparato de segurança e proteção do líder é considerado essencial para o futuro dos projetos e do esquema determinado no roteiro cenográfico. Aí é que se vê, em caso de emergência, as primeiras providências sendo destinadas a proteger e esconder o líder de qualquer ameaça. Hoje, a população, atônita, questiona: o que está acontecendo? Caos na saúde, educação, segurança pública, obras paralisadas, comércio retratando bem esse vazio.  Os empresários reduzindo seus quadros, também sem saber o que lhes reserva o futuro. Esse cenário, diz que estamos sem governo. As disputas de poder internas que ocorrem no principal gabinete do palácio do Setentrião, descontrolaram-se. O que deveria ser o piuara, passou para o rabo da fila do bando. Trocando em miúdos, a hierarquia está assim: número 1, o pai; número 2, a mãe; número 3, a esposa e número quatro, o filho. E de sobra, vem a claque dos tios e assistentes mais próximos, garantindo a "segurança" do jovem líder da turma da graxa, aquela que vem por último, fechando os desfiles. Em panela que muitos mexem, diz a experiência, o manjar a ser servido chega azedo na mesa do povo. Quase sempre, quem prova sofre desarranjos e decepções. É como um barco à deriva, onde todos são comandantes. É o timão manejado por várias mãos. Onde todo mundo manda e ninguém obedece, a tendência mais provável é ir para o fundo. Já desatei a minha rede. Vou esperar o próximo barco, que pode chegar em 2014, a fim de nos proporcionar uma viagem mais segura e verdadeiros projetos de desenvolvimento.

Gilvam Borges é senador e líder da oposição no Amapá

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