A concretização da
operação depende de diversas autorizações e iniciativas em diferentes esferas,
não podendo, portanto, ser detalhada no momento, segundo a empresa
A Eletrobras informou
nesta terça-feira que assinou, na véspera, protocolo de intenções para
participar do processo de saneamento financeiro da Companhia de Eletricidade do
Amapá (CEA), o que deve resultar na aquisição do controle da distribuidora pela
estatal. "Este processo prevê que a Eletrobras assuma o controle da CEA,
por meio da aquisição do controle acionário da companhia", afirmou a
Eletrobras em comunicado divulgado na manhã de ontem na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). A operação prevê que Eletrobras e governo do Amapá celebrem
inicialmente um acordo de acionistas e um acordo de gestão, que tem por
objetivo a recuperação econômico-financeira da CEA. Após implementação de
todos os termos, está prevista a compra, pela Eletrobras, do controle acionário
da CEA. "Para isso, a Eletrobras assumirá, após a celebração de tais
acordos, a gestão executiva da CEA, por meio da representação majoritária no
Conselho de Administração e indicação dos membros da diretoria executiva da
CEA, os quais serão posteriormente substituídos por profissionais contratados
no mercado", acrescentou o comunicado. O processo prevê ainda que o Amapá
receba financiamento do governo federal para quitar as dívidas da CEA junto ao
Sistema Eletrobras e outros fornecedores, além de um Plano de Contingências que
será encaminhado para aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Não foi indicado o valor que seria pago pelo controle da CEA. "A
concretização da referida operação depende de diversas autorizações e
iniciativas em diferentes esferas, não podendo, portanto, ser detalhada neste
momento", afirmou a Eletrobras. No final de outubro, o presidente-executivo
da Eletrobras, José da Costa Neto, havia afirmado que a estatal tinha interesse
em assumir, além da CEA, a CERR (de Roraima), caso as dívidas das empresas
fossem assumidas e negociadas pelos governos locais e pelo governo federal. Tal
modelo foi adotado para que a Eletrobras assumisse a Celg, de Goiás. O anúncio
do possível controle da CEA acontece ao mesmo tempo em que o grupo Eletrobras
admite a possibilidade de vender as distribuidoras que já possui na região
Norte, justamente porque elas dão prejuízos com os quais a holding não poderia
mais arcar, em um momento em que o processo de renovação das concessões promete
pesar negativamente em seu caixa. No fim do mês passado, o presidente da
Eletrobras chegou a dizer que até o final do ano o grupo tomaria uma decisão
sobre a possível venda das distribuidoras que controla no Piauí, Rondônia,
Acre, Amazonas Alagoas e Roraima. A própria Eletrobras admite que essas
empresas só devem começar a ser rentáveis em 2014. A decisão
relativa à CEA também ocorre logo depois de a Eletrobras ter se recusado a
socorrer a paraense Celpa, que acabou sendo adquirida pela Equatorial Energia.
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