quinta-feira, 11 de julho de 2013

Senado aprova nova proposta que reduz suplentes e proíbe parentes

A proposta, de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), voltou a ser discutida e foi aprovada ontem

O Senado aprovou ontem,10, proposta de emenda à Constituição (PEC 11/2003) de autoria do senador José Sarney, que proíbe que candidatos para senador escolham como seus suplentes parentes de sangue de até segundo grau - como pais, filhos, irmãos, além de cônjuges e adotivos. A proposta, modificada neste segundo dia de votação, também reduz de dois para um o número de suplentes aos candidatos no Senado. Os suplentes assumem o cargo do senador quando há afastamento temporário ou definitivo do titular. A aprovação se deu um dia após PEC de conteúdo praticamente igual ter sido rejeitada no plenário. A nova proposta foi aprovada em dois turnos: no primeiro, 64 votos favoráveis, 1 contrário, e 1 abstenção; e no segundo, com 60 a favor e 1 contra, com 1 abstenção. A proposta ainda precisa passar por outras duas votações na Câmara dos Deputados. Na última terça, a outra PEC que acabava com o segundo suplente e proibia parentes teve apenas 46 votos favoráveis, abaixo do mínimo (três quintos, o equivalente a 49 senadores. A diferença em relação ao texto derrubado é que a nova PEC permite que o suplemente permaneça até o fim do mandato. A PEC anterior previa que o cargo fosse ocupado por, no máximo, dois anos. Atualmente, dos 16 suplentes que ocupam o cargo de senador, o caso mais notório de parentesco é o de Lobão Filho (PMDB-MA), que assumiu a vaga no lugar do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), ministro de Minas e Energia. Também é parente consanguíneo o suplente do senador Acir Gurcaz (PDT-RO). Seu pai, Assis Gurcaz (PDT-RO), chegou a assumir o cargo no lugar do filho em 2012, durante afastamento por motivo de saúde. Hoje não existe determinação sobre parentesco para suplente, mas é necessário obedecer as mesmas exigências feitas aos senadores, como ter idade mínima de 35 anos, ter direito a elegibilidade pela Lei da Ficha Limpa e filiação partidária.

Retomada

A votação foi retomada nesta quarta após um acordo costurado entre os líderes da Casa. Na terça, senadores afirmaram que proposta semelhante só poderia ser retomada na próxima legislatura, portanto, em 2014. No entanto, nesta quarta, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que, como na quarta foi derrubado o substitutivo (texto original com alterações) de uma PEC, o relatório de outra PEC estava sendo colocada em votação. “Fizemos acordo e hoje vamos concluir votação. Ontem foi derrubado um substitutivo [...]. Vai seguir a ordem do dia (votação em plenário) com PEC que tramitava conjuntamente”, explicou Renan. Para o senador Blairo Maggi (PR-MT), a nova votação representa mostra que os parlamentares se “redimiram”. "A nossa discussão de ontem foi péssima. Não conseguimos chegar a um acordo tão simples como esse. Hoje nos redimimos. Hoje estamos fazendo proposta que é o que eu defendia ontem: eleição de um suplente, sem nenhum possibilidade de pai, esposa, nenhum parente”, disse Maggi. (G1)


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