segunda-feira, 9 de julho de 2012

Site Brasil 247 publica resposta da Comunicação do Senado sobre matéria contra Sarney

07 de Julho de 2012 às 13:10
"Do ex-presidente José Sarney, pode-se dizer tudo, menos que não tenha zelo pela comunicação. Instantes após a publicação de nossa manchete “Sarney custa caro”, a assessoria de comunicação do Senado, comandada pelo jornalista Fernando César Mesquita, enviou nota negando que o senador tenha indicado José Francisco das Neves para a Valec e apontando ainda fatos positivos de sua gestão na presidência da República. Confira os argumentos:"

“Ao Brasil 247
Senhor Editor,
Informações equivocadas sobre o presidente José Sarney, publicadas na matéria “Juquinha confirma o óbvio: Sarney custa caro”, teriam sido evitadas se este conceituado veículo considerasse nota oficial que esta Secretaria emitiu ontem (06.07), para toda a imprensa, a saber:

““Esclarecemos que é totalmente improcedente notícia publicada hoje na Folha de São Paulo quando afirma que o Sr. José Francisco Neves entrou para a estatal (Valec) com aval de Sarney’. 
O presidente José Sarney não tem nenhuma participação, não indicou, nem sequer foi consultado, quanto à condução deste senhor à presidência da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A..”
Quanto a afirmação de que operações da Polícia Federal “foram abafadas pelo pai (José Sarney)”, o site afronta uma das instituições mais sérias e competentes do país.
Por fim, quanto à avaliação do governo de José Sarney, a própria história desqualifica a agressão. Mas vale registrar, em respeito aos leitores do Brasil 247, alguns feitos do governo da Nova República:

Estabilidade político-institucional e a preocupação com o social

Como demonstra o consultor do Senado, Pedro Costa, no livro “Vinte Anos de Democracia", “coube a José Sarney assumir com competência o comando da redemocratização, liberou a política partidária das amarras do entulho autoritário e convocou a Assembléia Constituinte. Nos cinco anos de seu governo solidificaram-se as instituições, condição fundamental para a estabilidade econômica e social. As eleições se sucederam em absoluta tranqüilidade. A imprensa nunca foi tão livre. Pela primeira vez o brasileiro considerou-se cidadão, senhor de seus direitos. A opção de Tudo pelo Social refletiu o empenho em voltar o Estado para os mais humildes, como a universalização da saúde, antecipando as políticas sociais que hoje fazem sucesso nos governos Lula e Dilma. O Programa do Leite simboliza, em seus números, o gigantesco esforço que se fez: 1 bilhão e 300 milhões de litros distribuídos a 7,6 milhões de famílias. O vale-refeição tinha 18 milhões de beneficiados por dia; o vale-transporte, 26 milhões. Criou-se o seguro-desemprego. 58 milhões de crianças passaram a ser atendidas diariamente pela merenda escolar. A farmácia básica do CEME chegou a 50 milhões de pessoas. A reforma agrária, instituída em 1965, finalmente começou a ser realidade. A área irrigada aumentou em 1 milhão de hectares. A cultura tornou-se um desafio do governo. A pesquisa científica, recebendo apoio incondicional — foram dadas 133 mil bolsas de estudo, mais do que em todos os anos anteriores do CNPq juntos —, alcançou resultados importantes no enriquecimento do urânio e domínio da água pesada, com fibras óticas e de carbono, com lasers de alta potência. Foi criado o IBAMA e iniciada a defesa sistemática do meio ambiente. O Calha Norte marcou nossa soberania sobre a Amazônia.
A herança da Dívida e as ações empreendidas com soberania

Sarney foi obrigado, também, a negociar a “moratória” em termos sempre soberanos, diante de uma herança explosiva gerada pelas estripulias financeiras que vinham desde JK e que foram maximizadas pelo regime militar. Fato que, estranhamente, não obteve apoio das esquerdas de então, nem muito menos, como se sabe, da mídia. Mas, mesmo tendo que administrar a questão da crise dívida externa - que não era um fenômeno brasileiro, pois afetava vários países e tinha origens nos juros aumentados aleatória e unilateralmente pelos EUA desde 1971. Entre  1985 e 1990, o Brasil não teve déficit no balanço de pagamentos. Nessa época tínhamos importante indústria naval, exportávamos navios, praticamente não pagávamos fretes; o controle cambial, mecanismo que nenhum país desenvolvido abre mão, era um importante elemento de contensão das perdas de divisas; e não havia, também, nenhuma subserviência do Governo Federal para com entidades multilaterais, como o FMI, que nos impusesse absurdos, como a exigência de superávit fiscal e o envio automático dos nossos tributos e contribuições para se pagar dívidas fictícias. Por tudo isso, as dívidas interna e externa, no governo Sarney, não aumentaram. As principais empresas estatais, durante a “Nova República”, não estavam deficitárias e nem proibidas de investir em nossa infra-estrutura; Nos cinco anos do governo Sarney não houve déficit no balanço de pagamentos. O governo brasileiro precisou nos seus cinco anos apenas de 12 bilhões de dólares. Quer dizer: Sarney em 5 anos quase não usou recursos externos, não aumentou a “dívida”. Pelo contrário, economizou.
A transparência e o controle dos gastos públicos: novos investimentos

Sarney deu transparência e controle às contas públicas. Para isso, criou a Secretaria do Tesouro e o SIAFI -  vigente até hoje, uma das mais importantes ferramentas no controle e acompanhamento de gastos públicos.  Assim, extinguiu-se a conta-movimento do Banco do Brasil, que permitia aos governos estaduais retiradas na boca do caixa, e foi unificado o orçamento da União. Por outro lado, quanto aos investimentos, se compararmos os dias de hoje com o que foi feito durante a “Nova República”, verificaremos que, também neste aspecto, o período do governo Sarney, mesmo com as imensas dificuldades políticas, foi bastante bem. Os números levados pelo Tesouro Nacional ao debate no Senado sobre as Parcerias Público-Privadas, mostra a série sobre investimentos do Tesouro e atualiza os gastos do governo federal desde 1980. Não são considerados os gastos das estatais. O Tesouro atualiza os valores pelo IGP-DI (índice de inflação que capta com mais rapidez variação de preços atrelados ao dólar). O resultado do levantamento mostra que, em 2004, ocorreu o menor gasto com investimentos públicos desde 1984. Foram R$ 6,9 bilhões no primeiro ano de Lula, contra R$ 6,1 bilhões no último ano completo de mandato do general João Figueiredo. A série mostra que o melhor ano em investimentos públicos foi 1987, em pleno governo Sarney - R$ 21,7 bilhões em valores já atualizados. Por isso, o último grande investimento na recuperação das rodovias, por exemplo, foi feito no governo Sarney, com a restauração de mais de 5 mil km, enquanto os governos seguintes deram prioridade à construção de novos trechos sem injetar dinheiro na manutenção do patrimônio existente.
Crescimento e pleno emprego

Por tudo isso, diferente do que aconteceu no governo tucano, por exemplo, o PIB, na época de Sarney, cresceu em média 17,44% ao ano. Em todo período atingiu 119,20%. Pelos dados do BACEN e da FCV, per capta, ou seja, dividindo o PIB absoluto pela população, de 1985 a 1989, houve um crescimento de 99,11% reais, diferente do que ocorreria com os governos Collor/Itamar, com 22.06%; e principalmente com os seis primeiros anos de FHC, míseros 1,18%. Houve, ainda, crescimento e pleno emprego — o PIB per capita em dólares dobrou, chegando a US$ 2.923 (em 2004 estava em US$ 2.789), enquanto o desemprego era o menor de nossa História (2,36%). O país era a 7ª potência industrial do mundo. Tivemos 67 bilhões de dólares de saldo comercial (contra um déficit de 8 bilhões de dólares no período de 1995/2002) O PIB passou de 189 para 415 bilhões de dólares, e a dívida externa caiu de 54% para 28% do PIB. A produção de petróleo passou de 2,7 para 8 bilhões de barris. A safra agrícola passou de 50 para 60 milhões de toneladas de grãos. No setor elétrico, a produção aumentou em 24,1%, o número de consumidores em 22,3%, foram investidos 29 bilhões de dólares. O déficit primário de 2,58% do PIB foi transformado em superávit de 0,8%. Como não poderia deixar de ser, o desemprego médio do Período Sarney, de 1985 a 1989, foi de apenas 3,95%, tendo chegado a 3,5% em 1989. Hoje, atinge 20%. Nos governos Collor/Itamar (1990 a 1994) a média foi de 5,05%; no de Fernando Henrique, somente até o ano 2000, atingiu a média de 5,59%. Depois disso, o índice ficou descontrolado, atingindo, desde 2001, a casa dos dois dígitos.
Fernando Cesar Mesquita
Secretaria de Comunicação Social do Senado”

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