Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) propôs que o colegiado solicite ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) que fiscalize, por seus consulados no exterior, as condições dos brasileiros que se encaixam no perfil das pessoas traficadas que poderiam estar enfrentando situações difíceis em países estrangeiros. A proposta foi apresentada durante audiência pública da CPI, nesta terça, 10, quando foram ouvidos a modelo Ludmila Ferreira Ferri e seu pai Damião Ferri. Agenciadas no Brasil, a modelo e a irmã, menor de idade, moradoras do interior paulista, teriam ficado dois meses na Índia em condições que caracterizam tráfico e cárcere de pessoas. As modelos eram impedidas de terem amigos e seus passos eram vigiados pelo agenciador indiano. As cláusulas dos contratos não teriam sido cumpridas, elas perderam o apoio da agenciadora brasileira e a garota menor de idade viajou com visto de turista, apesar de ter ido trabalhar na Índia. O esforço do pai que contatou o Ministério das Relações Exteriores conseguiu trazê-las de volta ao Brasil depois de dois meses de vulnerabilidade. "Sugiro que, quando viajarem ao exterior, as meninas levem o telefone do consulado brasileiro do país para onde vão e peçam ajuda, se for preciso", aconselhou a modelo de 21 anos às candidatas que sonham com uma arriscada carreira internacional. As agências que as contrataram não eram conhecidas e não tinham mais que apenas o dono.
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