segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sarney sobre o Senado: “A instituição é maior que a soma dos indivíduos que a compõem”

Ele é o mais antigo entre os congressistas do período republicano da história do Brasil. Dos seus 57 anos de vida pública, 45 foram dedicados ao Congresso Nacional. Nascido em 1930 na cidade de Pinheiro (MA), aos 15 anos já era líder estudantil e presidente do diretório acadêmico do Liceu Maranhense. Aos 28 anos foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados e em 1965 foi eleito governador do Maranhão. Cinco anos mais tarde chegava ao Senado, onde permaneceu até o final da ditadura militar – dos anos mais duros à abertura política. Em 1985, com a morte de Tancredo Neves, passou a primeiro presidente civil depois de 20 anos de regime militar. Após a passagem pela presidência, voltou ao Congresso três vezes eleito senador pelo Amapá – em 1990, 1998 e 2006. Quatro vezes também foi escolhido por seus pares para presidir o Senado Federal – 1995 a 1997, 2003 a 2005, 2009 a 2011 e neste novo mandado, que se iniciou em 2012 e que irá terminar em 2014.

O que o senhor destaca como medidas necessárias para assegurar maior capacidade de investimentos aos estados e municípios?

José Sarney – Destaco como medida interna o rigor na administração pública e na obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal. E como medida externa, o reexame do Pacto Federativo, com a consequente reformulação do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e FPM (Fundo de Participação dos Municípios), e a distribuição dos royalties do Pré-Sal, pelo Congresso Nacional.

Como separar o Senado Federal dos casos envolvendo senadores?

JS – A instituição é maior que a soma dos indivíduos que a compõem, e assim não há confusão entre comportamentos individuais e as deliberações que envolvem o Senado Federal.

O PMDB é e sempre será governo?

O PMDB, com seu antecessor, o MDB, foi oposição durante 20 anos. Ele é, circunstancialmente, parte de uma composição de forças políticas que governa o País. Isso não implica que tenha vocação para ser governo ou oposição.

Já que falamos aqui para jornais do interior, como o partido trata sua base, nos municípios?

JS – O PMDB tem 1.175 prefeituras, sendo o partido de maior penetração nos municípios brasileiros. Aos seus prefeitos e lideranças do interior o partido dedica a maior atenção, realizando reuniões para discutir estratégias eleitorais e dando sempre apoio para as atividades nos municípios.

O que o senhor espera para o PMDB nas eleições municipais desse ano?

JS – Espero que o partido amplie sua base no interior, confirmando a vitória nas prefeituras em que governa e acrescento a elas novas conquistas.

Em termos de economia, o que foi primordial que começou no seu governo como presidente da República?

JS – O Plano Cruzado introduziu novas formas de participação democrática, em que o cidadão foi chamado a acompanhar as políticas públicas. Apesar de seu fracasso, medidas tomadas para implementá-lo mudaram a face da administração pública. Assim aconteceu com a unificação do Orçamento da União, com o fim da conta-movimento do Banco do Brasil. Introduzimos o seguro desemprego, o vale transporte, a universalização da saúde e várias medidas sociais com repercussão econômica. Mantivemos o menor nível de desemprego da história do Brasil, com média de 3,86%. Tivemos o maior crescimento jamais alcançado pelo País: 119% do PIB bruto (medido em dólares de variação cambial) e 99% do PIB per capita.

Crédito da Foto maior: Sergio Zacchi
Edição: Andréa Leonora | Fotos do site http://josesarney.org, http://sarneyeademocracia.blogspot.com.br, Agência Brasil e Agência Senado

Esta entrevista exclusiva foi disponibilizada para publicação em 120 jornais que formam a rede Associação dos Diários do Interior (ADI Brasil) e Central de Diários do Interior (CDI), somando 4 milhões de exemplares/dia e com potencial para atingir 20 milhões de leitores. A força do interior na integração editorial.

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