O presidente do Senado, José Sarney, se disse confiante na capacidade da sociedade de pressionar seus governantes a adotarem posição em favor da preservação do planeta. Para ele, a Rio+20 cumprirá a função de ampliar a consciência mundial sobre a necessidade de proteção do meio ambiente.
– Não devemos nos limitar a dizer que os documentos [que sairão da Rio+20] serão tímidos ou que não serão capazes de definir metas, pois, numa conferência tão grande, é difícil se chegar ao consenso – disse, ao observar que o mais relevante é o avanço na construção de uma consciência global.
Para Sarney, é natural que os governos busquem defender seus interesses, enquanto a sociedade combina a consciência individual sobre o meio ambiente com a preocupação de continuidade da humanidade, o que resulta em uma força capaz de rejeitar políticas que possam levar à liquidação do planeta. Mesmo assim, Sarney considera frustrante a ausência de líderes de países ricos na fase final da Rio+20, tendo em vista terem sido esses países os primeiros responsáveis pelos impactos globais sobre o planeta e hoje os maiores poluidores.
Evolução
José Sarney lembrou que as questões em debate são desdobramentos de discussões iniciadas em conferência sobre meio ambiente realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Estocolmo, em 1972.
– Foi a primeira tomada de consciência sobre uma mudança do problema ambiental, até então tido como beleza da natureza ou utilização dos recursos. Foi quando chegamos à conclusão de que os recursos do nosso planeta são esgotáveis e a humanidade não poderia deixar de pensar na sobrevivência do planeta – observou.
Conforme afirmou, o amadurecimento em relação a essas questões levou a ONU a convocar nova conferência vinte anos depois, a Rio 92. Sarney lembrou ainda que o Brasil se empenhou para conquistar o direito de sediar aquele encontro de governantes. Ele conta que, dois anos antes, o país era tido como vilão do meio ambiente e, como presidente da República, mobilizou o Ministério das Relações Exteriores para trazer a conferência para o Brasil.
– Foi a maneira que tivemos para mostrar que o Brasil não era isso. Ao contrario, que sempre preservou a natureza. Nós brasileiros trouxemos a Amazônia até hoje para mostrar que somos capazes de cuidar da natureza – disse.
De acordo com o presidente do Senado, o país hoje é exemplo de matriz energética sustentável e de preservação dos recursos naturais. O senador ressaltou que diversas estratégias brasileiras são referência em outros países, como na agricultura, onde o país conseguiu aumentar a produção por meio de ganhos de produtividade e não pela ampliação de área plantada. Na avaliação de Sarney, as novas tecnologias e o conhecimento científico hoje disponível conduzirão ao desenvolvimento verde, com crescimento econômico aliado à preservação ambiental.
Pesquisa
O presidente do senado comentou ainda pesquisa realizada pelo Serviço de Acompanhamento da Opinião Pública do Senado (Sepop), que revelou a grande importância que o brasileiro dá às questões ambientais. O levantamento foi feito entre 1º e 14 de junho, junto a 1,2 mil moradores de 119 municípios, incluindo as capitais de todos os estados brasileiros. O estudo mostrou que 90% dos entrevistados acreditam que preservar a natureza contribui para o desenvolvimento econômico e que 72% consideram que crescimento e proteção ambiental devem andar juntos.
– A pesquisa mostra que há consciência nacional sobre o problema ambiental e que a população está disposta a fazer sacrifícios, contanto que se preserve o meio ambiente – frisou Sarney.
Agência Senado
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