quinta-feira, 21 de junho de 2012

“Fórum Senado Brasil 2012” propõe retomada de reflexões sobre o Brasil


Começou na noite desta quarta-feira (20), no auditório do Interlegis, da Unilegis – Universidade do Legislativo -, o “Fórum Senado Brasil 2012”, iniciativa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A primeira palestra foi do professor de filosofia, o francês Francis Wolf, sobre a ameaça à democracia representada pelo que ele define como “apolitismo”, o desinteresse dos cidadãos pela política. É a primeira de uma série de onze conferências voltadas para o debate de temas relevantes para a atividade legislativa, a participação da cidadania e o desenvolvimento do País, programada para os dias entre 20 de junho e 7 de agosto, sempre às 18h30, com inscrição gratuita. A abertura ficou por conta do embaixador e ex-ministro da Cultura, Jerônimo Moscardo, encarregado pelo presidente Sarney de coordenar o grupo que planejou e está realizando o fórum: Mauro Santayana; Fernando César Mesquita; Carlos Fernando Mathias de Souza; Antônio Helder Medeiros Rebouçoas; Pedro Pereira da Silva Costa; e Ronaldo Mota Sardenberg. Moscardo começou o encontro agradecendo a iniciativa do presidente Sarney que, segundo ele, desejou “articular a massa cinzenta” do País. O embaixador espera que os intelectuais convidados provoquem a elite a pensar e lembrou a primeira preocupação dos idealizadores do encontro: o fato do Brasil, a cada dia, estar se destacando no cenário mundial, como 6ª potência econômica, mas ainda sem condições operacionais, intelectuais e técnicas efetivas. Sem reflexões sobre o que se quer do Brasil. Ele disse que, para o País assumir suas responsabilidades, para fortalecer suas posições tanto internamente quanto no cenário internacional, precisaria resolver o que chamou de imenso “déficit intelectual”. Neste cenário, destacou a importância, o nível, a competência e o mérito da consultoria do Senado Federal. Condenou o que chamou de “aristofobia”, aversão aos melhores e aos mais bem preparados, por parte “de setores das elites pensantes”, no que se refere ao aproveitamento de quadros técnicos qualificados. O organizador do evento falou, também, da necessidade de se resgatar o cotidiano reflexivo do Senado, com “a ajuda inestimável” das universidades e do meio acadêmico em geral: “é preciso retomar com entusiasmo”. Fez, inclusive, questão de enumerar as instituições que, junto com a Unilegis, ajudaram a promover o evento. E citou exemplos históricos de instituições e grupos de estudo que, em determinados momentos históricos, independente das ideologias que professavam, ajudaram a promover o desenvolvimento nacional, como o chamado “Grupo Itatiaia”, o ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros - e a ESG – Escola Superior de Guerra -, que ajudaram a “pensar” e mudar o Brasil em momentos decisivos do desenvolvimentismo do presidente Juscelino Kubitschek. No Brasil, segundo ainda Moscardo, as discussões filosóficas costumam ficar restritas às universidades. “O Senado pode e deve dar sua contribuição nas grandes questões, e não discutir só os temas pontuais dos projetos de lei. Tem uma massa crítica de proporções extraordinárias. Basta dizer que, dos consultores legislativos, 150 têm PhD. O Senado não tem o direito de ser modesto”, advertiu Moscardo. 

Said Barbosa Dib

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acompanhe

Clique para ampliar