Augusto Castro
Além de suas atribuições políticas e legislativas, o presidente do Senado Federal, que também preside a Mesa do Congresso Nacional, é o representante máximo do Parlamento brasileiro perante a sociedade. Ele é o "porta-voz" do Congresso junto ao povo, à mídia, demais autoridades, empresários e representantes de outras nações, conforme esclareceram os consultores legislativos do Senado Gabriel Dezen e Arlindo Fernandes Oliveira em entrevista à Rádio, TV e Agência Senado.
– O presidente do Senado tem a função política
representativa de ser porta-voz da Casa. Aliás, porta-voz é uma descrição mais
que adequada. Nos Estados Unidos, o presidente da Câmara se chama speaker, não
se chama ‘presidente’, se chama ‘speaker’, porque é a pessoa que fala pela
Casa, é o porta-voz do Poder Legislativo. Tanto lá como aqui, há essa dupla
função: a pessoa que representa o Legislativo junto à sociedade é a pessoa que
coordena a pauta do Plenário – diz Arlindo Oliveira.
Gabriel Dezen lembra que os 81 senadores
escolherão, em 1º de fevereiro de 2013, não só o próximo presidente do Senado,
que também presidirá a Mesa do Congresso, mas também é o terceiro na linha
sucessória presidencial. O poder de definir a pauta de votações dos plenários
do Senado e do Congresso dá força política ímpar ao presidente.
– Nessa condição de dupla presidência, ele tem o domínio da pauta dessas Casas. A posição de presidente do Congresso e do Senado dá ao mesmo agente político o domínio das duas pautas, o que vai para deliberação em cada sessão, seja do Congresso seja do Senado. Com isso, o poder no processo legislativo é muito grande. Por mais que a maioria do Parlamento demande que se coloque em pauta tal matéria, vão à pauta aquelas que o presidente decide – afirma Gabriel Dezen.
Embora grande, o poder do presidente do Senado não é soberano, pondera Arlindo Oliveira, pois é hábito e tradição que ele consulte não apenas os outros membros da Mesa para definir a pauta de votações, mas também o colégio de líderes, que reúne as lideranças dos partidos representados na Casa.
– Nessa condição de dupla presidência, ele tem o domínio da pauta dessas Casas. A posição de presidente do Congresso e do Senado dá ao mesmo agente político o domínio das duas pautas, o que vai para deliberação em cada sessão, seja do Congresso seja do Senado. Com isso, o poder no processo legislativo é muito grande. Por mais que a maioria do Parlamento demande que se coloque em pauta tal matéria, vão à pauta aquelas que o presidente decide – afirma Gabriel Dezen.
Embora grande, o poder do presidente do Senado não é soberano, pondera Arlindo Oliveira, pois é hábito e tradição que ele consulte não apenas os outros membros da Mesa para definir a pauta de votações, mas também o colégio de líderes, que reúne as lideranças dos partidos representados na Casa.
– O colégio de líderes é um órgão consultivo do
presidente do Senado para o fim de definição da pauta do Plenário. Quando a
pauta é definida em diálogo com o colégio de líderes, o funcionamento da sessão
fica muito mais tranquila. É um rito que facilita o trâmite, seja para aprovar
seja para rejeitar matérias. É um procedimento que também confere aos atores,
do governo e da oposição, o espaço de atuação política que cabe na democracia –
ressalta Arlindo Oliveira.
Dezen observa que o presidente eleito para presidir
o Senado e as sessões conjuntas do Congresso tem de estar preparado para as
grandes responsabilidades desses cargos, inclusive por ser ele o porta-voz de
um dos três Poderes da República.
- O senador que eleito presidente do Senado
representa, interna e externamente, todo o Parlamento. Quem recepciona
autoridades estrangeiras no Congresso é o presidente do Senado. Ele também
detém a representação do Parlamento fora do país. Logo, é mais do que evidente
que, se nós tivermos um parlamentar nessa Presidência que tenha contra si
argumentos que desmereçam a trajetória política dele, fatalmente isso vai
aderir à Presidência do Congresso, enfraquecendo-a, e vai aderir à
representação do Parlamento federal. O nível da interlocução institucional,
como Parlamento, depende de que se reconheçam no interlocutor as condições para
que esses diálogos políticos e institucionais aconteçam em elevado nível –
analisa Dezen.
O consultor acrescenta que o apoio do Poder
Executivo a determinado presidente do Senado ou da Câmara é irrelevante
oficialmente, por ser o Legislativo um poder de uma República Federativa
democrática e, como os outros poderes, independente e autônomo.
– O Parlamento é um Poder não hierarquizado pelo
Executivo, estão institucionalmente no mesmo e exato patamar. É irrelevante, em
termos institucionais, o apoio do Executivo a quem preside o Congresso. O que é
relevante é que se perceba a Câmara, o Congresso e o Senado como instituições
autônomas, constitucionais, com competências próprias e que precisam de
presidentes com características que levem ao fortalecimento e não ao
enfraquecimento institucional – pontua Gabriel Dezen.
Para ele, o senador que ocupa a Presidência do
Senado precisa trabalhar para que o Senado tenha a vitalidade necessária para
que o equilíbrio entre os poderes seja sempre fortalecido.
– O que nós temos do lado de cá da Praça dos Três
Poderes não é um despachante de luxo, não é um agregado institucional do
Executivo. Nós somos um Poder independente com muita competência federativa,
com muita competência legislativa e que precisa ter, na posição de preeminência
que é a sua Presidência, um parlamentar que leia com precisão esse Poder e que
atue em cada biênio no sentido de recuperar ao Senado essa vitalidade – conclui
Dezen.
Agência Senado
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