Petulância
Arrisco em opinar que o pessoal do G1 de Macapá e
dona Raquel Capiberibe cada um na sua, claro, decididamente não nasceram pra
frequentar um mesmo clube de sensatos.
Aquele [alguns ainda no banco da faculdade]
chamando jornalistas mais experientes de 'dinossauros' e 'jabazeiros'. E aquela
outra se confessando decepcionada com os jovens do PSB de hoje espetando o
sobrinho Camilo por não estarem [eles] fazendo a coisa certa, 'apesar do monte
de dinheiro nos cofres do governo estadual'.
Penso não ser bem assim que a banda toca, quando se
defende a tese do melhor produto na prateleira pra ser levado ao consumo
público a sociedade, no caso.
Aos jornalistas do G1 de Macapá as 'boas-vindas',
por não aderirem o 'atraso' e muito menos se cabisbaixarem aos compradores de
palavras escritas ou faladas. Porque isso pode até ser bom pra barriga, mas faz
um mal danado pra liberdade de imprensa leia-se, democracia.
Ela [Raquel], também com direito às boas-vindas,
porque agora lidera uma infantaria que se move em defesa intransigente das boas
causas.
As mesmas, quem sabe, que hoje podem soar como
tendo sido inglórias na época em que já lutava por elas como deputada federal e
mais recentemente integrando o TCE, por onde se aposentou compulsoriamente.
E aí, ocupando mesmo corredor por onde já passaram
outros, que hoje, no direito que os assiste, também clamam por novo cumprimento
de missão, pode estar embrulhando-se numa mesma bandeira, em processo de
simbiose idêntico e, estranhamente, aderindo o avesso do avesso, que tanto
combateu.
O que também, sem exagerar na tinta, não significa,
sob nenhuma hipótese, já terem que ser levados ao paredão.
Não.
Nada disso.
Afinal, afora as terceiras intenções [se existem]
nem um nem outro está atentando contra a democracia, que, apesar dos pesares,
continua sendo um regime menos ruím.
Logo, podem e devem fazer o que vem na 'cachola'
deles.
E nada contra.
Mas, no caso dos rapazes do G1 de Macapá, atirar pedras
nos mais velhos, em vez de flores, ao carimbá-los de 'dinossauros da imprensa
amapaense', achei meio ofensivo, porém indelicado e extremamente deselegante.
Até parecendo ainda não saberem quando o sol não
está pro dia e a lua não está pra noite. Tipo 'agora os jovens lideram e os
mais velhos seguem'.
Não escondo.
Confesso que fiquei com um nó na mente, perguntando
aos meus botões se também fiz isso nos meus tempos de 'fraldas' no rádio, no
jornal e na televisão.
Rogo, em auto-penitência.
Oh, Deus!
Se fiz, faça com que os meus pés voltem pelo mesmo
caminho que vieram, porque fui cretino, egocêntrico e maltratei a dignidade
humana. Tenha eu sido ou não do tempo mais primitivo de se comunicar, do tambor
ao telégrafo.
Sim, sou dos tempos, no rádio, em que Dj era
locutor e operador de som apenas sonoplasta. Mas era feliz e não só respeitava,
como aprendia com os mais velhos.
Sim, com um aliado de peso chamado internet, as
decisões dos jovens hoje são bem mais estrondosas e revolucionárias.
É verdade.
Mas a experiência que carrego usando tinta no papel
e maltratando teclado veio do aprendizado de tudo que pude extrair deles, os
mais experientes.
'Dinossauros', uma ova!
Profissionais da imprensa, senhores, que
varam noites adentro, madrugam e mastigam o sono durante o dia inteiro, porque
amam o que fazem.
E fazem muito bem!
Portanto, caros 'colegas', enquanto podem, que tal
sossegar o tacho!
Com o programa Luiz Melo Entrevista, criado em
1990, é o pioneiro no rádio-jornalismo amapaense, numa interação estúdio,
repórteres externos e ouvintes. Teve passagem pelas rádios Educadora AM (Mcp),
Nacional AM (Mcp), Marajoara AM (PA), Liberal AM (PA), Pioneira AM
(Altamira-PA), TV Equatorial canal 8, diretor geral da TV Amapá canal 6 (afiliada
Globo), ANTENA 1 FM - 102.9 (Mcp/Fundador), Jornal Fronteira (Mcp), Diário do
Amapá (Fundador) e Diário FM - 90.9 (Fundador).
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