O chefe do Centro de Defesa Cibernética do
Exército, general José Carlos dos Santos, disse que o Brasil precisa dobrar o
orçamento previsto para acelerar programas que permitam o incremento da
segurança da informação no país. Segundo o militar, que participou nesta
quarta-feira (2) de audiência da CPI da Espionagem, estão reservados atualmente,
no Ministério da Defesa, R$ 400 milhões para a segurança cibernética nacional
para um período de quatro anos, quando seriam necessários pelo menos R$ 800
milhões. O general ainda defendeu a rápida aprovação de um marco civil
regulatório para a internet, o que, na opinião dele, daria segurança jurídica e
permitiria ao Brasil, por exemplo, marcar sua posição em foros internacionais.
O marco civil está no Projeto
de Lei 2126/2011 em tramitação na Câmara dos Deputados.
Carência
O general José Carlos dos Santos apontou ainda,
entre os desafios a serem enfrentados pelo Brasil, a carência de profissionais
na área da segurança da informação. Ele disse que esse é um problema que
precisa ser encarado “com muita seriedade, uma vez que os recursos humanos
estão no centro de qualquer estratégia”.
- A preocupação com segurança de dados pessoais em
outros países já é embutida no cidadão desde a primeira infância, o que não
acontece no Brasil. Já no ensino fundamental, as crianças americanas
aprendem cuidados necessários a serem tomados com o uso de redes, de
computadores e dispositivos como celular e tablets, afirmou ao defender a
participação do Ministério da Educação no processo de formação de mais
profissionais.
Em entrevista à imprensa após a audiência, o
relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse que está evidente a
necessidade de aumentar os investimentos para que o Brasil se defenda da
espionagem cibernética.
- Está evidente que estamos engatinhando nesta
área. Quero crer que nosso país, que deseja ser protagonista na cena
internacional, precisa incorporar o tema na agenda objetiva de trabalho –
opinou.
Jornalista
Na próxima semana, a CPI da Espionagem deve ouvir o
jornalista Glenn Greenwald, responsável por divulgar dados secretos
coletados pelo técnico Edward Snowden, ex-funcionário terceirizado da agência
de segurança nacional dos Estados Unidos (NSA na sigla em inglês). Greenwald
revelou à imprensa que a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras foram alvos da
espionagem.
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