quinta-feira, 24 de maio de 2012

Randolfe Rodrigues: dados do Censo mostram que desigualdade regional persiste


O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) citou nesta quinta-feira (24) dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais, afirmou, mostram “de maneira inequívoca que a forte e histórica desigualdade regional brasileira ainda persiste”. O órgão liberou análise detalhada da pesquisa recentemente.
- Os dados retratados pelo IBGE denunciam que nós vivemos ainda sob uma gravíssima desigualdade regional. Isso claramente fere a Constituição brasileira e mostra a limitação que ainda temos que superar – disse Randolfe ao lembrar que a carta magna brasileira coloca como dever da União a redução das desigualdades.
Segundo o IBGE, informou o senador, apenas 87,8% dos brasileiros entre 4 e 17 anos da Região Norte estudam, enquanto a porcentagem chega a 92,7% na Região Sudeste. Em todo o país, mais de 3,8 milhões de crianças e jovens estão fora das salas de aula, 28% deles no Nordeste e 15% na Região Norte, acrescentou.
A taxa de analfabetismo, disse Randolfe, também ainda assusta no país: 9,6% da população maior de 15 anos é analfabeta. No Nordeste, ressaltou, o analfabetismo atinge 19,1% da população.
- Se levarmos em conta que, na América Latina, três nações – Cuba, Nicarágua e Bolívia – já decretaram seu território livre do analfabetismo, nós estamos muito atrás desses países e de muitos outros na América Latina – pontuou.
Outra realidade que evidencia a persistência da desigualdade regional no país é o acesso a saneamento básico, disse Randolfe. Nas pequenas cidades, que têm entre 5 mil e 10 mil habitantes, apenas 21,1% das pessoas têm acesso a saneamento.
- Percentual que o próprio número revela ser aviltante diante de um país que está entre as seis principais economias do planeta. Essa situação é por demais desigual. No Norte, só tem acesso a saneamento 11,7% da população – assinalou.
A mesma desigualdade aparece em números sobre qualidade de moradias e renda média, disse o senador. O estado do Amapá, lamentou, aparece com desempenho negativo em praticamente todos os indicadores.
Para que essa situação possa ser superada, Randolfe acredita que o país precisa promover um conjunto de reformas estruturais, como a tributária, e um novo pacto federativo.
Apesar do cenário desanimador, o parlamentar disse que os dados do IBGE também trazem algumas boas notícias, como a diminuição da mortalidade infantil (embora ainda alta), aumento da força de trabalho e expansão da classe média, entre outras.

Agência Senado

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