Cinzas ao vento
Ora, o dinheiro para financiar o carnaval, poderia ter vindo do Ministério da Cultura, onde há possibilidades enormes de obtê-lo, desde que a parte interessada - governo e prefeituras, por exemplo - apresentem o respectivo projeto. Sexta-feira, ainda recebendo os ventos das cinzas do carnaval. As autoridades do Estado, ébrias, exibindo-se nos confortáveis camarotes do sambódromo, não prestaram nenhuma atenção nas reações do povo. As vaias gritadas não faltaram. Demonstrando aquilo que temos repetido aqui: eles estão de costas para o povo e à história. Todos sabem, há vários tipos de vaias. Elas variam de som e tamanho. A reprimida, sai silenciosa e bem miúda. A graúda, costuma ser mais longa e escandalosa. Faz com que o alvo, de repente, perca até a compostura. Essa, acontece em grandes concentrações públicas: carnavais, shows, comícios e procissões, quando até o santo fica enrubescido e pálido. Assim, o 01 e a 02 da oligarquia, chegaram juntos ao sambódromo. O 04 e a 03, vieram em seguida. Alternando-se , talvez para não caracterizar formação de bando. Afinal, as leis do país andam severas na repressão de quadrilhas, Brasil a fora. Estima-se em mais de R$ 16 milhões, saídos dos cofres públicos estaduais, a brincadeira de carnaval. Aliás, é bom lembrar, os pouco mais de R$ 4 milhões investidos na denominada Cidade do Samba, pelo ex- governador, Waldez Góes, antes de deixar o cargo. Recursos que poderiam ter sido melhor remanejados, a fim de ter-se um projeto de melhorias urgentes nas áreas da saúde, educação e segurança, prioritariamente. Ora, o dinheiro para financiar o carnaval, poderia ter vindo do Ministério da Cultura, onde há possibilidades enormes de obtê-lo, desde que a parte interessada - governo e prefeituras, por exemplo - apresentem o respectivo projeto. A ventania das cinzas do carnaval, quando cessarem, anunciarão a grande tempestade. Tsunami já estampado nos jornais e devidamente protocolado no Ministério Público. Alertei o 04, para que providências fossem tomadas no sentido de evitar um desastre político que só macularia, mais ainda, a cansada imagem do nosso Estado, perante a opinião pública nacional, pela ocorrência das Operações Pororoca, Mãos Limpas e tantas outras. É isso mesmo: quem planta ventos, colhe tempestades. Dize-me com quem andas e te direi se vou contigo. No meu caso, já fiquei.
Gilvam Borges é ex-senador e, como se auto-intitula, “líder do governo paralelo no Amapá”
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