sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Projeto estuda mudanças climáticas no rio Amazonas

Mudanças climáticas, em qualquer parte do mundo, sempre terão repercussões. Mas quando se trata da região amazônica, com toda a sua grandiosidade e complexa estrutura de fauna e flora, os resultados podem ser de grande proporção. Para compreender este fenômeno, o Projeto "Adaptações socioculturais dos caboclos no estuário amazônico a eventos extremos de marés" visa analisar os impactos dos fenômenos climáticos sobre parte da região amazônica e seus moradores. O Projeto tem a coordenação da professora Oriana Almeida, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e financiamento do International Development Research Centre (IDRC), Centro de pesquisa para o desenvolvimento internacional, do Canadá. O Projeto é direcionado às populações do estuário do rio Amazonas. Segundo a professora Oriana Almeida, coordenadora do Projeto, o estudo será realizado em quatro locais específicos: dois locais no Amapá (em Mazagão e Ipixuna) e dois no Pará (Ponta de Pedras e Abaetetuba), sendo que, em Abaetetuba, será feito em parceria com o Institiuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), de Abaetetuba.

Inundações inesperadas - O objetivo principal da pesquisa é observar as respostas culturais às vulnerabilidades, criadas por mudanças do número, duração e altura de inundações inesperadas, conhecidas, localmente, como lançantes, além de outros distúrbios no estuário amazônico, causados pelas mudanças climáticas. Os caboclos, população predominante na região, estão notando mudanças nessas inundações, que têm um duplo impacto. O primeiro, adverso, dá-se sobre a agricultura de culturas anuais - ciclo produtivo, em um ano ou em até menos tempo, em que há a necessidade de se realizar o plantio, novamente, após a colheita. O segundo é uma resposta, relativamente positiva, sobre os efeitos dos sistemas agroflorestais, do manejo florestal, da pesca e de outros recursos tradicionais.

Tempo do Projeto - Segundo a professora Oriana, o Projeto será executado em três anos, iniciando já em fevereiro de 2012. Deverá ter coleta de dados participativa e uma análise dos eventos de marés extremos e sua relação com a mudança climática. "O estudo se dará em vários níveis, como: coletas de dados gerais para traçar um perfil da população de várzea; coleta de dados diária de atividades da população da região, como açaí e pesca do camarão", apontou a coordenadora. Metas - O Projeto prevê como metas a produção de um Sistema de Aviso de Alerta Antecipado (SAA) de eventos extremos de marés, criação de um sistema de informação para tomadas de decisão e avaliação dos sistemas de resiliência socioeconômicos da região. Para isso, será conduzido um levantamento socioeconômico, medidas hidroclimáticas, levantamento socioeconômico sobre o uso da terra, inventário de abundância de pescado e sua diversidade, assim como inventários de agrodiversidade e de biodiversidade.

Para saber mais sobre o Projeto, clique aqui.

Texto: Helder Ferreira – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação

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