A população do Pará rejeitou a proposta de divisão do estado em três. Com 98% dos votos apurados, 66.6% haviam rejeitado a criação de Carajás e 67% descartaram o estado de Tapajós. O plebiscito, que foi o primeiro da história do Brasil sobre a divisão de um estado, registrou elevado índice de abstenção: um em cada quatro eleitores não compareceu às urnas. Com a vitória do "não", o país deixará de gastar, pelo menos, R$3,8 bilhões em recursos públicos. Se aprovada, a divisão reduziria a 17% o território do Pará.
E o Pará disse não
Plebiscito rejeita divisão e evita gastos de pelo menos R$3,8 bilhões com criação de estados
O Globo - Cleide Carvalho (Enviada especial)
No primeiro plebiscito da história do Brasil sobre a divisão de um estado, a população do Pará disse não à proposta. Por volta das 22h, quando 98% dos votos já estavam apurados, 66,6% haviam rejeitado a criação de Carajás e 66% descartaram o estado de Tapajós. O resultado vai representar uma economia de R$2,8 bilhões em custeio e manutenção da máquina pública, sem contar a construção de palácios e prédios para abrigar as novas burocracias, o que poderia elevar a conta a cerca de R$3,8 bilhões. Com um elevado índice de abstenção (um em cada quatro eleitores não compareceu às urnas), 3,5 milhões de paraenses votaram ontem. Em Belém, a população decidiu maciçamente contra a divisão. Com 99,96% dos votos apurados na capital, 94,87% dos eleitores haviam votado contra Carajás e 93,88% contra Tapajos. Apenas cerca de 11% escolheram dividir o estado. Nas áreas separatistas, porém, o eleitor votou pela divisão. Em Santarém, 98,63% votaram pela criação do estado de Tapajós e 97,78% pela criação de Carajás. Em Marabá, 93,26% dos eleitores votaram sim para Carajás e 92,93% para Tapajós. Se aprovada, a divisão reduziria o Pará a 17% do seu território. Tapajós e Carajás, por sua vez, ocupariam 59% e 27% da área do estado. Embora o plebiscito tenha mantido os contornos originais, o estado não será mais o mesmo depois dele. Integrantes das duas frentes ("sim" e "não") acreditam que o governador Simão Jatene (PSDB) deverá conduzir um pacto da sociedade das regiões emancipacionistas com os políticos do estado.
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