quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Missão cumprida

O presidente do Senado Federal, senador José Sarney (PMDB-AP), viveu ontem (14) no Vale do Jari, na região sul do Amapá, um dia de realização pessoal, um dos mais importantes de seus três mandatos de senador pelo Estado, com o lançamento da obra de construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio do Jari. "Esta foi uma de minhas maiores lutas pelo Amapá, que levei dez anos para concretizar, pois sei da importância das obras de infraestrutura para qualquer lugar", disse o parlamentar, em emocionado discurso no prédio da Câmara Municipal. O evento foi bastante concorrido e reuniu desde o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), o presidente do Grupo Orsa, empresário Sérgio Amoroso, a prefeita de Laranjal do Jari, Euricélia Cardoso (PP), de Vitória do Jari, Luiz Beirão (PSDB), executivos do Grupo EDP, Antônio Pita de Abreu (presidente) e Luiz Cláudio (diretor de operações), além de representantes da Assembleia Legislativa do Amapá (Dalto Martins e Charles Marques) e do Governo do Pará, que enviou o secretário extraordinário para Assuntos de Minas e Energia, Nicias Ribeiro. 

Com presença de autoridades, Sarney lembra da luta de Daniel ludwing
  
O evento foi bastante concorrido e reuniu desde o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), o presidente do Grupo Orsa, empresário Sérgio Amoroso, a prefeita de Laranjal do Jari, Euricélia Cardoso (PP), de Vitória do Jari, Luiz Beirão (PSDB), executivos do Grupo EDP, Antônio Pita de Abreu (presidente) e Luiz Cláudio (diretor de operações), além de representantes da Assembleia Legislativa do Amapá (Dalto Martins e Charles Marques) e do Governo do Pará, que enviou o secretário extraordinário para Assuntos de Minas e Energia, Nicias Ribeiro. Sarney foi o protagonista do evento, afinal foi o maior entusiasta da construção da usina, que depois de pronta vai gerar quase 400 megawatts de energia, mas procurou dividir os louros da vitória. "É preciso se fazer justiça à memória de Daniel Ludwig, pois foi ele quem prospectou essa hidrelétrica, no distante ano de 1967 e que foi o responsável pelos primeiros estudos do rio Jari, para saber do seu potencial hidráulico. 

Rio Jarí poderá ter outras duas hidrelétricas, aponta estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
  
Inventário hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Jari aponta: mais três hidrelétricas podem ser construídas na área do rio, localizado na divisa dos estados do Pará e Amapá. Hoje, a região serve com canteiro de obras da Usina Santo Antônio do Jari, construção com previsão de alagar 31,7 quilômetros quadrados para formação do lago da usina.
Os estudos dos três empreendimentos totalizam uma potência de 1.362 megawatts (MW), aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a aprovação do inventário hidrelétrico, o próximo passo é a elaboração do projeto básico e dos estudos de viabilidade para a construção de novas usinas no Rio Jari, afluente da margem esquerda do Rio Amazonas. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que elaborou os estudos, os três aproveitamentos hidrelétricos podem ser construídos no curso do rio principal. O Açaipé B, o maior identificado, tem potência instalada de 831,1 MW. Os demais, Urucupatá e Carecuru, têm respectivamente 291,5 MW e 240,2 MW.


Santo Antônio do Jarí

Quando entrar em operação, em dezembro de 2014, a hidrelétrica terá potência instalada de 373,4 (MW). A energia gerada será suficiente para abastecer uma cidade com cerca de3 milhões de habitantes (6 vezes a cidade de Macapá). O projeto foi orçado pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em R$ 800 milhões. A usina fica localizada nos municípios de Laranjal do Jari, no estado do Amapá e Almeirim no estado do Pará. A energia produzida em Santo Antônio do Jari deverá beneficiar principalmente indústrias de celulose instaladas na região.

Energia limpa sigifica um novo ciclo para o setor industrial do Vale do Jarí

Sarney também fez um relato histórico a respeito das inúmeras dificuldades que foram encontradas para consolidar o projeto, especialmente de ordem legal e ambiental. "Tive a felicidade, ainda como presidente da República, em 1987, de assinar o primeiro licenciamento desta obra, para ver como, coincidentemente, eu já tinha uma ligação com esse projeto naquela época, que se consolida somente no dia de hoje", disse Sarney. O presidente do Senado Federal também anunciou que a oferta de energia limpa e mais barata, suficiente para abastecer até 3 milhões de habitantes, também representa um novo ciclo para o projeto industrial do Vale do Jari, liderado pelo Grupo Orsa. "O presidente do Grupo Orsa, doutor Sérgio Amoroso, me disse que mais do que tornar a celulose do Jari mais competitiva no mercado internacional, está em voga um novo processo industrial, com o uso dessa matéria-prima na indústria da confecção", anunciou Sarney.


 
Histórico de Sarney na luta pela energia para o Amapá

Do racionamento, para a exportação de energia

No início da década de 90, o Amapá sofreu grave crise no abastecimento de energia com muitas horas diárias de racionamento, atingindo gravemente a população e a economia do estado. O fato levou o senador José Sarney a encaminhar várias ações e que ao longo de duas décadas estão mudando a realidade energética no estado. Hoje, o Amapá já tem desenhadas as condições para se tornar inclusive exportador de energia. Tal potencial virá mudar também o perfil da sua matriz energética, antes com predominância de termoelétricas, com capacidade geradora deficitária, poluente e de custo operacional alto. De uma geração de 44MW/h, o Estado alcançou 296 MW/h, gerados por um total de nove empreendimentos em operação atualmente. Foi uma longa caminhada com gestões que passaram pelo Ministério das Minas e Energia, Eletrobras e Eletronorte, entre outras instâncias federais, com participação decisiva do senador. Dos mais recentes empreendimentos, o grande destaque é a construção da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes, um investimento de mais de R$ 1 bilhão, com capacidade de geração de 252 MW e atendimento de uma população de 1 milhão e 200 mil habitantes. Serão 2,5 mil empregos diretos e 7,5 mil indiretos. A usina já tem licença prévia ambiental, com previsão de ir a leilão este ano. Outra UHE, a de Santo Antônio do Jarí, na divisa do Amapá e o Pará, "teve todos seus entraves resolvidos" - garantiu o senador José Sarney - depois de o projeto ter ficado paralisado por cerca de oito anos. A previsão, acrescenta, é que em junho próximo seja realizado leilão da energia que será produzida pela hidrelétrica, um investimento da ordem de R$ 300 milhões e capacidade instalada de 300MW. Trata-se de leilão de energia nova, para fornecimento a partir de 2014, o chamado leilão A-5.

Fio d´água

A UHE de Santo Antônio é uma concessão do grupo Orsa em parceria com a Eletronorte e que disponibilizará grande parte da energia para o sistema de geração do Amapá. A usina será construída adotando o modelo de engenharia conhecido como “fio d’água”. Este tipo de usina tem como característica um pequeno reservatório, que opera praticamente em níveis constantes, admitindo pequenas flutuações, devido a requisitos de variação de produção de energia. Não há armazenamento de água para escoamento sazonal, como ocorre nas unidades que operam com reservatórios de acumulação. Isso significa uma pequena área de alagamento, praticamente sem impactos ambientais. Em ações articuladas, outro importante investimento, já em andamento, é o responsável pela transposição de energia de Tucuruí, no Pará, para o Estado do Amapá, entrando por Laranjal do Jarí. O chamado Linhão é formado por 866 km de linhas de alta tensão, cujo principal mérito será a integração do Amapá, ao Sistema Interligado Nacional (ONS). A soma dos investimentos em geração, distribuição e interligação do Estado formam a base para que o Estado possa gerar excedentes de energia e se torne um potencial exportador. No âmbito do atendimento de residências na área rural, a extensão do "Luz para Todos" para o Amapá também contou a atuação decisiva do senador Sarney na captação e aprovação de recursos junto ao governo federal. Numa primeira etapa, foram beneficiadas 232 unidades, com investimentos de R$ 2,5 milhões em 2008. No ano seguinte, foram 1.045 famílias atendidas e R$ 5,8 milhões. Na segunda etapa, que acaba de ser licitada, o investimento de R$ 155 milhões virá beneficiar 19 mil famílias, em 367 comunidades.

Breve retrospectiva

Na primeira metade da década, com mudanças significativas para a então realidade do Amapá, foram transferidas três unidades geradoras de energia térmica de 18 MW cada e que estavam em Camaçari-BA. Depois foram compradas mais quatro unidades geradoras de 15,5 MW cada, adquiridas na Finlândia, e que entraram em operação em 1997. Na área de distribuição de energia, foi implantado o “Linhão Norte” que integrou os municípios de Tartarugalzinho, Amapá e Calçoene ao sistema da Eletronorte, trazendo energia confiável para a população. Nos anos 2000, foi garantida a duplicação da linha de transmissão entre a usina de Paredão e Santana. E a Eletronorte recapacitou as unidades antigas da Hidrelétrica de Coaracy Nunes, o que garantiu o acréscimo de mais de 10 MW de potência ao sistema elétrico do Amapá. Também chamada de Paredão, a usina ganhou mais uma turbina, ainda por intercedência de José Sarney.

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