A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) fez um discurso duro na Câmara dos Deputados condenando a truculência com que foram retiradas as 1,7 mil famílias da área urbana de mais de um milhão de metros quadrados, em São Paulo , conhecida como Pinheirinho. A socialista disse repudiar “a decisão judicial que ignorou a função social daquela área, legitimando uma posse nebulosa, e a truculência da desocupação, ignorando a negociação essencial no regime democrático”. Chegou a comparar a violência com a repressão às manifestações populares da época da ditadura. “Governos têm que cumprir determinações judiciais, mas, acima de tudo, têm que tratar cidadãos com dignidade, não como animais. É um vezo autoritário que permanece incólume depois de termos enterrado a ditadura militar há 27 anos. Não surpreende, portanto, que a mesma PM que espanca trabalhadores chame, em seu site, o golpe de 1964 de “revolução”, protestou. Disse ainda que o valor pago para o aluguel social não resolve o problema das famílias e que o Governo do Estado de São Paulo omitiu-se de buscar uma solução que desse garantia de moradia digna às famílias paralela à suspensão da reintegração de posse. Para ela, o episódio “mostra que a elite privilegiada insiste em negar os direitos essenciais à população mais pobre. O direito à vida, com dignidade, é comumente atropelado por governantes, decisões judiciais e pelo direito à propriedade, mesmo que cause repetidos prejuízos ao conjunto social”. A deputada socialista pediu que a nota divulgada pela Associação Brasileira de Antropologia e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil fosse anexada ao seu pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados.
—Sizan Luis Esberci
Gabinete da deputada federal Janete Capiberibe – PSB/AP
Foto: Gustavo Lima/SECOM/CD
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