quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cavendish consegue habeas corpus e vai ficar calado em CPI


O empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer em silêncio no depoimento marcado para esta quarta-feira (29) à CPI mista que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. Cavendish, no entanto, terá de comparecer à CPI, pois o pedido de dispensa apresentado por seus advogados foi negado pelo relator do habeas corpus no STF, ministro Cezar Peluso.
A Delta é apontada pela Polícia Federal como irrigadora de empresas de fachada envolvidas no esquema de corrupção e desvio de dinheiro público do qual fazia parte Carlinhos Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro pela operação Montecarlo da PF.
Após o depoimento do ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot, nesta terça-feira (28), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que já há elementos mais do que suficientes para que a CPI peça o indiciamento de Cavendish por corrupção ativa e formação de quadrilha.
– Está patente para mim que a Delta é a cabeça de um esquema de corrupção com tentáculos em praticamente todos os estados do país – comentou.
Ao comentar a decisão de Cavenedish de se manter em silêncio, o senador disse que, embora o empresário não fale, a CPI já tem “elementos mais do que razoáveis” para que ele seja indiciado. Maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e atuante em vários estados, a Delta chegou a ser colocada à venda por apenas R$ 1,00, assim que surgiram as notícias de envolvimento da empresa com Cachoeira. O negócio, porém, foi posteriormente cancelado.
Desde então, senadores e deputados de oposição passaram a cobrar a convocação do dono da Delta. O depoimento de Fernando Cavendish à CPI está marcado para 10h15 na sala 2 da ala Alexandre Costa do Senado. Além de Cavendish, foi convocado Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal responsável pela manutenção de rodovias no estado de São Paulo. Paulo Vieira foi convocado pela CPI depois que a imprensa publicou entrevista com Luiz Antônio Pagot, que denunciou tentativa de formação de caixa 2 em campanha eleitoral para candidatos do PSDB.

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