O presidente José Sarney, fez discurso emocionante durante encerramento da Missa de Ação de Graças e Confraternização de Natal do Congresso Nacional
Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília, que pela primeira vez, aqui conosco nos ajuda a rezar esta missa que tradicionalmente fazemos de fim de ano; Senhores sacerdotes, que também rezaram esta missa — quero destacar o Padre Aleixo que sempre está presente em nossas solenidades.
Esta missa, que celebramos todo ano, é uma rotina na qual nós renovamos o nosso compromisso com a fé, o nosso compromisso com a certeza de que Deus deve estar sempre presente em toda a nossa vida, em todos os lugares.
Nós sabemos perfeitamente que aqui, no Congresso Nacional — Senado e Câmara —, o poder que temos veio de Deus. Foi isso mesmo que Jesus disse a Pilatos: “Todo poder que tu tens foi Deus que te deu.” Assim, esta não é somente uma missa de confraternização, é também uma missa congratulatória, em ação de graças, para agradecer a Deus pelo ano que estamos terminando; agradecer, em primeiro lugar a graça da vida — já diziam os latinos: primo vivere — e depois tudo aquilo que Deus nos proporcionou durante o ano. Devemos agradecer tudo, os momentos bons e os momentos difíceis.
O Evangelho de hoje justifica a data que nós escolhemos para esta missa, porque é justamente a descrição que São Lucas faz do nascimento de Jesus, cujo nome o Evangelho diz que não foi dado pelos homens e nem pela terra, foi dado por Deus, por que é o anjo que anuncia o filho e diz que ele se chamará Jesus.
Havia um costume, uma tradição judaica do nome das pessoas não ser dado no nascimento, para os homens, sobretudo, mas no oitavo dia, em que a criança era circuncidada. Mas, no caso do filho de Maria o seu nome já tinha vindo porque o anjo já tinha dado: — “Ele chamará Jesus” e era justamente aquele filho que Deus mandou à terra para lembrar a todos nós que não estamos sós aqui: temos ao nosso lado a nossa fé e a presença de Deus para nos acompanhar nas dificuldades, para celebrar conosco as nossas alegrias.
Também é São Lucas que diz que os pastores se dirigiram a Belém, como ele repete no Evangelho: “Transeamus usque Bethlehem, et videamus hoc verbum, quod factum est.” — “Vamos a Belém e vejamos o verbo que o Senhor nos deu.” E o padre Vieira, no sermão da Epifania, que celebrou no Maranhão, disse que devíamos interpretar essa passagem e indagou: “Por que ir a Belém e ver a palavra de Deus se um recém nascido não fala?” Ele mesmo, Vieira, interpreta: “É porque Deus fala pelos olhos.” E são os olhos desse Filho de Deus que nós hoje invocamos, para que eles se abram, para que eles se fixem, para que eles nos ajudem, aqui nas nossas Casas legislativas, a preservar os nossos valores morais, a trabalhar pelo país e ter a consciência dos nossos deveres, daquilo que é atribuição de todos nós.
Eu pediria também que esses olhos do Menino Jesus vissem a todos que aqui trabalham — deputadas, deputados, senadoras, senadores, funcionários das Casas e especialmente o nosso coral — esse belo coral que é hoje um dos melhores do Brasil —, que esses olhos olhassem também para o próximo ano, que Deus nos traz, e renove em cada um de nós as nossas esperanças. Renove a nossa convivência, renove a nossa fraternidade e desça sobre nossas famílias, sobre nossos filhos, mães, irmãos, sobre toda as nossas Casas, sobre todos que aqui trabalham. Que dê a paz, a saúde, e a prosperidade para a graça de Deus e de todos nós.
Muito obrigado.
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