R$ 250 milhões. Essa foi a movimentação financeira em 2010 e 2011 entre dez empresas fantasmas e a construtora Delta, apontada como uma das principais integrantes do esquema de Carlinhos Cachoeira. O levantamento, divulgado nesta terça-feira, é do senador Randolfe Rodrigues, do Psol do Amapá, integrante da CPI Mista que investiga a relação entre o contraventor e agentes públicos e privados. Os números mostram que no estado de São Paulo, a Delta repassou mais de R$ 110 milhões. No Rio de Janeiro, foram mais de R$ 50 milhões e no Centro-Oeste, cerca de R$ 85 milhões de reais. Os valores ainda são parciais, segundo Randolfe Rodrigues, mas o senador diz que já dá para concluir que a construtora desviava dinheiro público e tinha atuação em vários lugares ao mesmo tempo: "Encontramos o modus operandi da Delta, transferência de recursos de licitações e de contratos públicos da empresa para empresas laranjas. Nós temos uma verdadeira fábrica de empresas laranjas, que é utilizada pelo senhor Carlos Cachoeira no Centro Oeste, mas que existe seus tentáculos em outras regiões do país", disse. Outra novidade foi anunciada na CPI pelo deputado Chico Alencar, do Psol do Rio de Janeiro: a comissão já tem o nome das pessoas que tinham rádio Nextel habilitado no exterior, exclusivamente para a comunicação entre os integrantes da organização de Cachoeira. 45 pessoas portavam o aparelho, entre elas servidores do Governo de Goiás, policiais e políticos como o ex-senador Demóstenes Torres, já cassado por envolvimento com o contraventor.
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