O senador José
Sarney (PMDB-AP) poderá vir a ser o relator do projeto de lei, ainda
em tramitação na Câmara, que atualiza a Lei Rouanet. Seu nome foi sugerido para
a função pela ministra da Cultura, a senadora licenciada Marta Suplicy, durante
audiência pública promovida nesta terça-feira (30) pela Comissão de Educação,
Cultura e Esporte (CE).
- Gostaria
que os colegas aqui presentes indicassem o nome do senador José Sarney para
relator. Seria uma homenagem a ele, que criou a primeira lei de incentivo à
cultura – disse Marta na abertura da audiência, quando também pediu apoio dos
senadores para a ampliação do orçamento da pasta em 2013.
Em sua
exposição, Marta lembrou que o Ministério da Cultura tem um pequeno orçamento e
necessita da aprovação de novas leis para elevar o total de recursos destinados
ao setor.
Entre os
projetos em tramitação, ela citou o que modifica a Lei Rouanet (Lei 8.313/1991), em
estágio avançado de tramitação na Câmara dos Deputados e que depois será
enviada ao Senado. Segundo a ministra, encontra-se em estudo a possível
elevação, de 4% para até 6%, do teto de dedução do Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica (IRPJ) para a Cultura.
A ministra
ressaltou também a importância do projeto que cria o Vale Cultura, também em
tramitação na Câmara, há cinco anos. Ela defendeu a aprovação da versão
original da proposição, que permite ao empresário conceder um vale de até R$ 50
para que seus funcionários participem de eventos culturais. O projeto foi alterado
na Câmara, para ampliar o valor e incluir aposentados e funcionários públicos
entre os beneficiados. Em sua opinião, a aprovação desse texto poderia levar a
presidente Dilma Rousseff a vetar o projeto.
Direito Autoral
A ministra anunciou ainda que o governo pretende concluir em breve um projeto de alteração na legislação sobre direito autoral. Como exemplo da necessidade de atualização da lei, ela citou o trabalho de digitalização do acervo da Biblioteca Nacional. Ao visitar a biblioteca, ela perguntou quando o conteúdo dos livros estaria disponível na Internet e soube que essa divulgação pode esbarrar em problemas relativos ao direito de propriedade dos autores das obras.
Direito Autoral
A ministra anunciou ainda que o governo pretende concluir em breve um projeto de alteração na legislação sobre direito autoral. Como exemplo da necessidade de atualização da lei, ela citou o trabalho de digitalização do acervo da Biblioteca Nacional. Ao visitar a biblioteca, ela perguntou quando o conteúdo dos livros estaria disponível na Internet e soube que essa divulgação pode esbarrar em problemas relativos ao direito de propriedade dos autores das obras.
- Então,
vamos digitalizar seis milhões de livros e não colocar na Internet? Temos que
arrumar uma solução para isso e ver como compensar o autor, para que sua obra
não seja indevidamente explorada. Mas o século 21 não tem volta – afirmou.
Orçamento
A ministra pediu aos senadores para apresentarem emendas ao projeto de Orçamento da União para 2013, com o objetivo de ampliar as verbas destinadas à Cultura. Entre outros projetos a serem beneficiados, ela mencionou o dos Pontos de Cultura e o de implantação de museus em municípios que até hoje não dispõem de nenhuma instituição do gênero. Pediu também apoio à construção, em Brasília da sede da Fundação Palmares e de um museu destinado à cultura afro-brasileira, às margens do Lago Paranoá.
Orçamento
A ministra pediu aos senadores para apresentarem emendas ao projeto de Orçamento da União para 2013, com o objetivo de ampliar as verbas destinadas à Cultura. Entre outros projetos a serem beneficiados, ela mencionou o dos Pontos de Cultura e o de implantação de museus em municípios que até hoje não dispõem de nenhuma instituição do gênero. Pediu também apoio à construção, em Brasília da sede da Fundação Palmares e de um museu destinado à cultura afro-brasileira, às margens do Lago Paranoá.
- Ao
visitar a Fundação Palmares, vi a maquete do museu projetado para Brasília.
Hoje, o museu afro mais lindo do Brasil fica em São Paulo. Mas Brasília
tem que ter o museu mais lindo, pois é a nossa capital – sugeriu.
Agência Senado
Lei Sarney de
Incentivo à Cultura
Foram 14 anos de luta para que uma legislação federal garantisse incentivos fiscais a produção cultural no Brasil. O desafio começa com o projeto de lei n°54, apresentado por José Sarney em 1972, no seu primeiro mandato como senador. O projeto acabou arquivado, assim como outras 4 iniciativas, apresentadas por Sarney em anos seguintes. Quando chegou a presidência da República, em 1985, Sarney teve a chance de concretizar seu projeto.
Foram 14 anos de luta para que uma legislação federal garantisse incentivos fiscais a produção cultural no Brasil. O desafio começa com o projeto de lei n°54, apresentado por José Sarney em 1972, no seu primeiro mandato como senador. O projeto acabou arquivado, assim como outras 4 iniciativas, apresentadas por Sarney em anos seguintes. Quando chegou a presidência da República, em 1985, Sarney teve a chance de concretizar seu projeto.
A Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986 , foi a
primeira legislação federal de incentivo fiscal à produção cultural. Batizada
como Lei Sarney, complementou processo de valorização da cultura brasileira,
deflagrado com a criação do Ministério da Cultura, no primeiro mês do Governo
Sarney, em março de 1985. Antes, o Ministério da Educação e da Cultura (MEC)
reunia os dois setores considerados afins.
A lei Sarney estabelecia uma relação entre poder
público e setor privado, onde o primeiro abdicava de parte dos impostos devidos
pelo segundo – a chamada renúncia fiscal. Como contrapartida, o setor privado
investiria os recursos da renúncia fiscal em produtos culturais – cinema,
teatro, literatura, artes plásticas, patrimônio. A idéia não era apenas
estabelecer incentivos à cultura, mas, principalmente, incentivar aumento de
produção nessa área para criar um mercado nacional de cultura. Assim, a Lei
Sarney inseriu novos atores no setor e inaugurou nova fase para a política
cultural no Brasil.
Ministério da Cultura
José Sarney criou o Ministério da Cultura em 1985,
assim que assumiu a presidência da República. “O objetivo era colocar a cultura
na frente, ou ao lado de todos os problemas nacionais. Na mesa do planejador,
não deve estar só estradas, portos, mas também a cultura”, conta Sarney.
Lei Sarney
democratizando a cultura
Depois que deixou a presidência da República, a Lei
Sarney de Incentivo a Cultura foi revogada. Houve uma forte reação da classe
artística. O governo da época decidiu enviar um novo projeto ao Congresso.
Sarney foi o relator da proposta no Senado, que acabou aprovada e foi
rebatizada como Lei Rouanet. Para Sarney, a lei atual tem distorções e
dificulta a democratização da cultura no país.
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