terça-feira, 30 de outubro de 2012

PSOL quer todo apoio de Sarney

Prefeito eleito pelo PSOL diz querer diálogo com Sarney

O primeiro prefeito de capital eleito pelo PSOL, Clécio Luís, em Macapá, diz que buscará apoio de Sarney, senador do Amapá. "Não podemos abrir mão da ajuda de ninguém. Essa experiência levará o PSOL a fazer reflexões."

Em Macapá, Clécio diz que é natural manter relação com senador

O primeiro prefeito de capital eleito pelo PSOL, Clécio Luís, em Macapá, diz que quer diálogo com o senador José Sarney (PMDB) e elogia a adesão do DEM e do PSDB à sua candidatura no segundo turno. O posicionamento enfrenta críticas na legenda que nasceu do descontentamento de petistas às políticas de aliança adotadas no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Clécio afirma que a hora é de pensar o papel do PSOL na construção política nacional e diz que não há antagonismo em estar próximo a desafetos nacionais da legenda. - Essa experiência vai levar o PSOL a fazer reflexões. Vai forçar o partido a refletir sobre si mesmo. O que temos que aprender é que as diferenças regionais devem ser compreendidas pelo partido e respeitadas. Aqui, no Macapá, funcionamos diferentemente do que em São Paulo e Rio - defende Clécio.
Para ele, é natural manter relação institucional com o presidente do Senado, José Sarney, senador pelo Amapá:
- Não é o militante Clécio que está procurando o cacique José Sarney. É o prefeito que vai procurar a base parlamentar eleita pelo povo de Macapá para pedir ajuda. Para que eles cumpram seu papel institucional. Não podemos abrir mão da ajuda de ninguém. Então é necessário que a gente abra esse dialogo institucional republicano - justifica.
Foi por discordar de votar em Sarney para a presidência do Senado, em 2003, que a ex-senadora Heloisa Helena entrou em rota de colisão com a direção nacional do PT, o que levou à sua expulsão e à criação do PSOL no ano seguinte. Na época, em repúdio, a ex-deputada federal Luciana Genro desabafou em uma reunião do diretório nacional petista: "O diretório nacional tem vergonha da história do Partido dos Trabalhadores, tem vergonha dos discursos inflamados que fez o companheiro Lula, atacando aquele que hoje é presidente do Senado com apoio do Partido dos Trabalhadores, senador José Sarney". Ela também sairia do PT. O atual racha no PSOL veio à tona depois que a própria Luciana e outros 33 dirigentes do partido classificaram a aliança com o DEM em Macapá como "agressão" ao partido. "Se esta aliança se mantiver, representará uma mancha que envergonhará e indignará todo o PSOL", disseram em nota.
O presidente nacional da legenda, Ivan Valente, minimizou a polêmica ao tratar o assunto como adesão e não aliança. Clécio fez questão de afirmar que não foram negociados espaços em seu governo.
O deputado federal Chico Alencar vê, na discussão, uma oportunidade para não cometer os erros do PT:
- A gente tem que escrever uma nova gramática no exercício do poder. Essa fato é inédito, e vamos ter que discutir internamente como ele deve ser conduzido. O que não podemos é seguir as práticas que o PT assumiu e que levaram aos mensalões da vida. São as dores do crescimento.

Renato Onofre/O Globo - Primeira Página/9

Um comentário:

  1. O psol vive um dilema difícil de resolver. Governabilidade exige partilha de poder, ao menos no sistema em que vivemos. Talvez seja melhor para o partido não ganhar nunca, aí pode continuar com o discurso de santos.

    ResponderExcluir

Acompanhe

Clique para ampliar