segunda-feira, 1 de abril de 2013

Para senador, acidente da Anglo não foi por causa natural

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou ontem que é “pouco provável” que uma onda tenha causado o acidente no píer da mineradora Anglo-American, em Santana, que resultou no desaparecimento de seis pessoas. Ele visitou o local, a cerca de 20km de Macapá, capital do Amapá, para acompanhar os trabalhos de resgate das vítimas. O senador não descarta a hipótese de que a falta de manutenção tenha provocado o acidente no píer, construído nos anos 1950:
- A versão de (o acidente) ter sido em decorrência de fenômeno natural não me parece factível. O porto onde ocorreu o sinistro é antigo, dos anos 1950. Ele faz escoamento da produção de minério do Amapá. Não posso falar nada sem perícia e sem ouvir a empresa. Mas me parece que houve no mínimo negligência na manutenção. O porto é estruturado sobre estacas, que têm cerca de 60 anos.

Anglo havia citado “massa de água”

A Anglo American, que havia citado “uma massa de água anormalmente grande” como possível causa do acidente, afirmou ontem, por meio de nota, que as causas do desmoronamento ainda estão sendo investigadas. Randolfe levantou algumas hipóteses para o acidente:
- Alguma coisa puxou o navio e o navio pode ter puxado toda a estrutura. Ou o barranco pode ter descido, empurrando tudo. Mas o que teria causado isso, só uma perícia poderá dizer.
O senador disse que irá acionar a Marinha do Brasil e o Ministério dos Portos para pedir recursos que auxiliem na busca dos seis desaparecidos e na investigação aprofundada das causas do acidente. Segundo Randolfe, os mergulhadores do Corpo de Bombeiros estão trabalhando em parte da área atingida, mas em um canal do rio com cem metros de profundidade esses profissionais não teriam condições de buscar vítimas – somente mergulhadores da Marinha estariam habilitados. Ele afirmou que pedirá o envio desse contingente ao local.
As buscas estão sendo feitas em área muito limitada, com profundidade que varia de 10 a 40 metros, de acordo com o senador, pois é preciso retirar os destroços que estão sob as águas. Outro problema é o risco de novos desmoronamentos.
- Era um espaço de cerca de 200 metros quadrados que foi para o fundo, incluindo um laboratório. E desceu ainda barranco, minério, guindaste. É uma área de risco para mergulho – disse o senador, ressaltando que o guindaste e a balsa necessários para tirar os destroços do rio e liberar a área para buscas começam a operar hoje. Mineradora diz agora que motivos estão sendo investigados

Flávia Pierry/O Globo

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