segunda-feira, 7 de julho de 2008

Senado Federal


Papaléo diz que Marina Silva foi boicotada pelo governo enquanto esteve no ministério

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) afirmou nesta segunda-feira (7) que a ex-ministra do Meio Ambiente, senadora Marina Silva (PT-AC), foi boicotada em questões cruciais que exigiam a manifestação da área de meio ambiente, como o lançamento da política industrial. Papaléo disse que a gota d'água para a saída de Marina do governo foi o anúncio de que o plano Amazônia Sustentável seria coordenado pelo ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.

Papaléo citou o ex-deputado e ambientalista Fábio Feldmann que, no artigo "A política ambiental do governo Lula", escrito para a publicação eletrônica Terra Magazine, diz que Marina Silva e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem estar aliviados, pois a presença de Marina em seu governo sempre representou um constrangimento ético em favor da sustentabilidade.
O senador disse que, apesar de ser um ícone da preservação ambiental para o governo Lula, Marina Silva ocupou um cargo que se tornou cada vez mais figurativo e sem nenhuma efetividade. Ele notou que os esforços da ex-ministra e de sua equipe no sentido de conseguir um compromisso do governo para o enfrentamento da devastação do bioma da Amazônia foram infrutíferos.
- A estrutura tacanha destinada a cuidar das áreas protegidas faz com que o desrespeito impere, propiciando inúmeras agressões ao meio ambiente dentro das próprias reservas nacionais - disse o senador.
Papaléo frisou que 70% das reservas da Amazônia não foram implementadas ou sequer têm uma sede instalada; que a proporção atual é de apenas um fiscal para cada 2.800 quilômetros quadrados de áreas a serem preservadas; e que muitas áreas de preservação estão ocupadas por sem-terra, madeireiros e posseiros.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lembrou, em aparte, as investigações feitas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs), que descobriram desvios de finalidade e corrupção com recursos públicos. Ele disse que as ações desenvolvidas por essas entidades não são relevantes para o país e o que tem prevalecido é o tráfico de influência com pessoas ligadas ao presidente Lula e a ministros para captação de recursos e para desviá-los.


Ricardo Icassatti / Agência Senado

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