Sarney enaltece luta do povo colombiano contra o terrorismo e o narcotráfico
A opção do recém-empossado presidente da Colômbia em escolher o Brasil como seu primeiro destino internacional foi ressaltada pelo presidente Sarney na visita que o Juan Manuel Santos fez ao Senado na tarde desta quarta-feira. "O senhor pode ter certeza que ficamos muito honrados por esse seu gesto de visitar primeiramente o Brasil e isso nos obriga a uma solidariedade maior com a Colômbia", disse Sarney a Manuel Santos. Durante o encontro, José Sarney manifestou a grande admiração que tem pela Colômbia, pelo povo e pela cultura colombiana. "Temos ainda um grande respeito pelos enfrentamentos com que o povo colombiano tem passado em tantos momentos difíceis e, ao mesmo tempo, nos alegramos pelas vitórias conquistadas e que trazem para nós grande satisfação", declarou o presidente do Senado. Sarney parabenizou Manuel Santos pelo papel que o atual presidente colombiano desempenhou quando ocupou a pasta do Ministério da Defesa do ex-presidente Álvaro Uribe. "Acompanhamos com grande interesse tudo que acontece na Colômbia e quero felicitá-lo pela sua participação, como braço direito de Uribe, para restaurar o clima de ordem em seu país. Nenhum de nós pode concordar com o terrorismo e de certo modo lamentamos que, por tanto tempo, a Colômbia tenha esse problema juntamente com o narcotráfico", afirmou.
José Sarney ressaltou o fato de que a Colômbia tenha conseguido bom desempenho na economia ao mesmo tempo em que travava o combate ao terrorismo e ao narcotráfico. E acrescentou ao presidente Juan Manuel Santos que guarda gratas lembranças das visitas a Colômbia, tanto como presidente da República, quanto em viagens particulares, nas quais aprofundou conhecimentos com a literatura colombiana. "Tenho ainda boas recordações do ex-presidente de seu país, Virgílio Barros, com quem convivi quando ocupei a Presidência da República, e de quem me tornei amigo", afirmou Sarney.
O presidente Juan Manuel Santos agradeceu as palavras de José Sarney e afirmou que se congratula com as afinidades que o povo colombiano tem com o Brasil. "Compartilhamos de muitos valores e, talvez, o mais importante, seja amor pela liberdade e a busca inconstante pela democracia", afirmou. Manuel Santos disse que concorda com a postura do presidente Lula quando declara que o mundo inteiro tem os olhos voltados para a América Latina. "Todos buscam o que temos, a começar pela nossa rica biodiversidade, e pela nossa capacidade produtiva", disse. Manuel Santos confessou ainda que, além de sua grande admiração pelo Brasil, tem ainda uma grande preferência: "Em questões que envolvem Maradona e Pelé, prefiro sempre Pelé", exemplificou.
Relações bilaterais Brasil-Colômbia
Na recepção a Juan Manuel Santos, José Sarney teve a companhia dos senadores Magno Malta (PR-ES), Roberto Cavalcanti (PRB-PB), Belini Meurer (PT-SC) e Selma Elias (PMDB-SC), que conversaram sobre vários outros assuntos com o presidente colombiano. Entre esses, o combate ao narcotráfico, literatura e economia. As relações bilaterais, Brasil e Colômbia, nos últimos anos, têm-se intensificado gradualmente, tanto do ponto de vista político como comercial. O ex-presidente Uribe, por exemplo, visitou quatro vezes o Brasil somente em 2009, demonstrando seu empenho em uma relação mais próxima com o governo brasileiro.
Desde 2002, o intercâmbio bilateral passou de 747 milhões para 3,124 bilhões, em 2008. Apesar de haver registrado queda em 2009, já apresenta sinais de recuperação. De janeiro a julho de 2010, registrou-se aumento de 89 % nas importações brasileiras da Colômbia (de US$ 544,5 milhões), em relação ao mesmo período de 2009. Já as exportações brasileiras aumentaram em 16,5% em relação a 2009, perfazendo o total de US$ 1,1 bilhão. No ano passado os principais produtos exportados pela Colômbia para o Brasil foram o carvão mineral, PVC e pneus. Do lado brasileiro, os principais produtos exportados em 2009 foram o milho, derivados do petróleo, celulares, veículos aéreos e preparações para bebidas.
Várias empresas brasileiras têm investido na Colômbia desde a década de 70, entre elas grandes conglomerados do setor de transporte, calçadista, metalurgia e ainda a Petrobrás, que ampliou bastante seus negócios naquele país, a partir dos anos 90. Em 2000, a estatal brasileira foi responsável por uma das maiores descobertas dos últimos quinze anos na Colômbia, a do Campo de Guando, em parceria com a canadense Nexen e com a Ecopetrol. Em 2004, a Petrobrás voltou a fazer parceria com a Exxon e com a Ecopetrol, obtendo direitos para atuar como operadora no bloco de Tayrona, de 23 mil km quadrados, no Caribe, em águas de até 3.000 metros de profundidade. Em 2005, a Petrobrás comprou os ativos da Shell na Colômbia e passou a controlar 39 postos de gasolina na região de Bogotá, além de uma planta de lubrificantes e um terminal portuário. Segundo a empresa, mais de US$ 400 milhões teriam sido investidos em exploração na Colômbia entre 2005 e 2007. A produção da Petrobras Colômbia é de 56 mil barris/dia.
Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado
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