Argumentos para incentivar a desoneração da folha de pagamentos são inválidos, pois a medida não vai gerar mais empregos e nem aumentar a competitividade das empresas. A opinião é do supervisor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clóvis Roberto Scherer, manifestada durante audiência pública no Senado que debate a desoneração da folha e a relação com os movimentos sociais. A reunião é promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Segundo explicou, a desoneração promovida pelo governo federal não vai gerar mais empregos, porque o desemprego não tem sido um problema para o país que, desde 2004, tem tido um bom desempenho na geração de postos formais de trabalho. Ele também rebate o argumento de que a desoneração, via estímulo previdenciário, contribui para aumentar a competitividade e critica essa medida. Na opinião de Scherer, a competitividade é determinada pelas questões cambiais, de juros e infraestrutura.
- O financiamento da previdência afeta toda a sociedade, tanto no aspecto econômico e social. Dificilmente qualquer aumento no emprego vai compensar a perda de arrecadação da previdência – afirmou o supervisor do Dieese, para quem é preciso avançar nas contrapartidas sociais, com geração de empregos e estímulo a outras formas de competitividade e desenvolvimento das empresas.
Já o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Francisco Canindé do Nascimento, manifestou-se a favor da desoneração. Em sua opinião, ela é possível desde que as empresas beneficiadas gerem mais empregos. O processo de desoneração da folha de pagamentos faz parte do Plano Brasil Maior do governo federal, para aumentar a competitividade da indústria nacional. Alguns dos setores beneficiados: tecnologia da informação (inclui os "call centers"); confecções; têxtil, naval, aéreo, de material elétrico, autopeças, hotéis, plásticos, móveis, ônibus, máquinas.
Agência Senado
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