quinta-feira, 27 de setembro de 2012

MPF arquiva apuração sobre Lula e Gilmar

Viana diz que mensalão é usado para sabotar PT

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) pediu ontem arquivamento da investigação iniciada em maio deste ano, após reportagem da Veja relatando que o ex-presidente Lula se encontrou com o ministro do STF Gilmar Mendes. A investigação foi iniciada em maio deste ano, após pedido de parlamentares da oposição. Segundo reportagem publicada em maio pela revista "Veja", o ex-presidente teria oferecido proteção na CPI do Cachoeira ao ministro em troca de adiamento do julgamento do mensalão na Corte. Segundo o MPF, no inquérito, foram feitos a Gilmar dois pedidos de informação sobre as acusações, via ofício, que não foram respondidos. Sem as informações, foram analisadas entrevistas de Gilmar sobre a reportagem. O MPF afirma que nessas declarações não foi detectado um pedido específico de Lula para o adiamento do julgamento. O ex-ministro do STF e da Justiça Nelson Jobim foi ouvido pelo MPF. Jobim relatou ter testemunhado a conversa entre Lula e Gilmar e disse que "em nenhum momento o ex-presidente solicitou ou sugeriu a Gilmar que atuasse no sentido de obter o adiamento do julgamento do mensalão", que "em nenhum momento o ex-presidente mencionou ter controle sobre a CPI do Cachoeira ou ter qualquer influência sobre seus trabalhos". O pedido de investigação era assinado por Álvaro Dias (PSDB-PR), José Agripino Maia (DEM-RN), Rubens Bueno (PPS-PR), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Mendes Thame (PSDB-SP) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Eles acusavam Lula de coação, tráfico de influência e corrupção ativa. Ontem, ao discursar para um plenário absolutamente vazio, o Senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que setores da imprensa usam o julgamento do mensalão para "sabotar" o PT e a imagem do ex-presidente Lula. Também reclamou que ministros do Supremo Tribunal Federal indicados pelos governos petistas estariam votando contra o partido por pressão da mídia.
- Cobrar, exigir dos que ocupam cargos públicos, é uma das funções mais nobres da imprensa. E isso é feito diariamente. Mas querer conduzir a opinião pública, explicitar, na véspera de uma eleição, intolerância com uma figura como a do presidente Lula, aí é sabotagem.

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