No Dia do Médico, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) subiu à tribuna para criticar os "maus gestores" e os "maus políticos" pela falta de equipamentos e de condições de trabalho nos hospitais públicos do país. Ele compreende que os pacientes e seus acompanhantes acabem despejando toda sua irritação e frustração nos médicos e enfermeiros quando não são atendidos, depois de enfrentar horas de filas. No entanto, disse o senador, "os médicos e os enfermeiros não são culpados; eles também são vítimas neste caso".
Médico formado há mais de 30 anos, Papaléo Paes criticou a má distribuição de médicos no país e lamentou que as autoridades não tenham ainda encontrado o caminho para fixação de jovens médicos no interior do país. Para o senador, eles evitam trabalhar nas cidades menores do interior não apenas por causa dos baixos salários, mas também pelas péssimas condições de trabalho, incluindo falta de equipamentos, de materiais e até ausência de laboratórios, além de reduzido número de enfermeiros e outros profissionais da área.
O Brasil já tem 357 mil médicos, o que dá um para cada grupo de 540 habitantes. Conforme o senador, o número é até superior ao mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de um médico para mil habitantes. No entanto, a má distribuição regional desses profissionais faz com que alguns estados do Norte-Nordeste não tenham sequer esse número mínimo, como ocorre no Maranhão, no Piauí e no Pará.
- Apesar de todas as dificuldades, dos múltiplos empregos, do corre-corre diário, das frustrações resultantes da impossibilidade de agir em alguns casos, os nossos médicos mantêm-se atuantes. Hoje, de 80% a 85% deles continuam atuando depois de dez anos. Em outras épocas, esse percentual foi mais elevado, de 95% a 97% - registrou Papaléo Paes. Pior é a situação dos profissionais de enfermagem, pois metade deles abandona o trabalho depois de dez anos de profissão, informou o senador.
Da Redação / Agência Senado
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