Do Alto da Torre - Eduardo Brito
A
ativista profissional Sininho, aquela que irrompe em todo tipo de manifestação,
criou uma tremenda saia justa para o PSOL ao envolver o deputado estadual
Marcelo Freixo, justa ou injustamente, em um esquema de proteção a vândalos. De
um lado, assegura o pré-candidato do partido ao Buriti, Toninho Andrade (foto),
“o PSOL nunca foi adepto de ato clandestino ou violento”. De outro, o próprio
Freixo admite que conhecia Sininho, embora ressalve que só a atendeu, na manhã
de domingo, porque ela alegou que Fábio Raposo, que confessou
participação na morte do cinegrafista Santiago Andrade, estava preso e sofrendo
risco de violência na cadeia. Freixo chegou a ensaiar uma justificativa,
alegando que todo preso corre risco de tortura, mas negou que disponibilize estrutura
para defender black blocs.
“Só de cara limpa”,
avisa o partido
Toninho Andrade estava ao lado do
senador Randolfe Rodrigues, quando telefonou a Freixo para conhecer sua
posição. Randolfe ouviu do deputado que não tinha qualquer vinculação com os vândalos.
Nas palavras de Toninho, “não houve relação com o ato tresloucado de jovens que
não tiveram a nossa experiência na luta de resistência à ditadura”. O PSOL,
garante, “só participa de manifestação com a cara limpa”.
Nenhum militante
flagrado até agora
Até agora, não se identificou
qualquer militante do PSOL entre os responsáveis por atos de vandalismo durante
manifestações, registra Toninho. Pelo contrário, militantes do partido que
compareceram a passeatas, com bandeiras ou faixas, foram hostilizados. Nem por
isso deixam de ocorrer episódios controversos, como o fechamento da Esplanada e
o incêndio de pneus, por um grupo pago, durante a Copa das Confederações. Não
houve, porém, vandalismo ou agressões físicas.
Nada de advogados
Já a sucessora de Toninho como
presidente regional do PSOL, Juliana Selbach, reconhece que o partido conta com
envolvimento com movimentos sociais e tem filiados integrantes de outras
entidades, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Entretanto,
afirma, o partido não dispõe de condições de prestar assistência jurídica a
manifestantes presos. “O partido sequer tem advogados para dar esse apoio”,
completa. “O partido, de forma alguma, compactua com a violência, tanto
policial quanto por parte dos manifestantes. Inclusive lamentamos a morte do
cinegrafista, que está sendo usada de forma política, contra o deputado Marcelo
Freixo”, disse.
(...)
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