Por Said Barbosa Dib*
Li há poucos dias no jornal
“A Gazeta” (10/02) que apenas 18% dos amapaenses aprovam o governo CamiloCapiberibe. Até fiquei na dúvida. Mas, depois que nossos leitores, indignados, nos
enviaram um artiguete intitulado “Mídia mortífera: Os responsáveis pelo
desgaste de Camilo Capiberibe” (11/02), obra de um inseto político chamado
Heverson Castro, tive certeza do desespero do governador e de sua turma. O texto, típico de quem não suporta imprensa
livre, despreza a ética e a competência dos profissionais de jornalismo no
Amapá e tenta aparecer à custa da popularidade do senador Sarney. Aliás, há hoje este péssimo hábito de figurinhas
menores em atacar o ex-presidente como trampolim para se promoverem. Apesar da
chateação, o fenômeno apenas comprova a força de quem tem história, de quem foi
governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador
do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado Federal por
várias vezes. Tudo isso, sempre eleito e com ficha limpíssima. O autor do texto deveria aprender que em 57 anos de
vida pública Sarney nunca esteve envolvido em casos de corrupção ou foi alvo de processos por improbidade. Sempre pautou sua vida política pela ética e
pelo respeito às normas legais vigentes. No seu governo, depois de anos de
repressão violenta contra trabalhadores, sindicatos e imprensa, a “panela de
pressão” de reivindicações políticas explodiu. O país foi sacudido por ampla
onda de greves, mal começava o novo governo, o primeiro civil em muitos anos.
As diversas negociações entre grevistas, patrões e governo deixaram claro que a
realização de um “pacto social”, defendido pelo presidente, seria bastante
delicada e difícil de acontecer, mas, em momento algum, o presidente deixou de
negociar e mediar conflitos, sempre garantindo a organização dos trabalhadores,
os protestos contra seu governo e a crítica ostensiva por parte da imprensa.
Talvez não haja na história presidente que tenha convivido de forma tão
democrática com a imprensa como Sarney, jamais permitindo qualquer tipo de
censura ou pressão econômica. Pelo contrário, foi o primeiro presidente a
disponibilizar condições confortáveis e úteis de trabalho aos jornalistas no
Palácio do Planalto. Matérias, como do senhor Heverson, com referências maldosas,
ignoram os registros históricos que mostram o quanto o político Sarney
contribuiu para o desenvolvimento do país e para consolidar as liberdades
individuais. Todas as informações sobre a sua vida pública, como político,
escritor e cidadão, estão disponíveis em qualquer banco de dados, facilmente
acessíveis, inclusive, via Internet. Durante a sua presidência, quando
legalizou os partidos clandestinos, quando acabou com o entulho autoritário,
quando enfrentou milhares de greves de trabalhadores (sufocados por 20 anos de
arbítrio), quando deu transparência às contas públicas, quando, enfim, garantiu
a transição democrática, mesmo atacado por todos os lados, nunca reprimiu ou
obliterou a imprensa. Suportou tudo calado, com calma, serenidade e espírito de
conciliação. Negar isto seria muita alienação ou má fé. Uma história dessas não
se pode comprometer tão facilmente. Independente de quem esteja
governando o Amapá, o senador Sarney sempre fez questão de dar todo apoio ao
Executivo estadual. Tanto os governadores anteriores quanto o atual, os
prefeitos dos 16 municípios amapaenses, os deputados estaduais e os vários
vereadores, assim como toda a bancada do estado no Congresso, sempre tiveram no
gabinete de Sarney, em Brasília, verdadeira embaixada do estado junto aos
órgãos federais. A propósito, o senador Sarney
não participou da última campanha. Não apoiou nenhum dos candidatos ao governo
do Amapá, mas nunca deixou de lutar na Esplanada dos Ministério pelo estado. É
por tudo isso que, nas eleições de 2006, para o Senado, o presidente
Lula fez questão de destacar a importância do senador Sarney para o Amapá,
opinião que a atual presidente, Dilma Roussef, também possui. Lula enviou carta
aos convencionais do PMDB naquela oportunidade, mostrando a importância do
senador Sarney para a garantia de governabilidade do País. Lula disse que “a
experiência do homem público, que já ocupou a Presidência do Brasil, a
lealdade, a amizade, o companheirismo, o fizeram contribuir com ensinamentos
fundamentais para a minha administração”. E se congratulou com a “perfeita
compreensão que os petistas amapaenses têm do trabalho do senador Sarney pelo
Amapá e em favor do governo Lula”. Por tudo isso, senhor Heverson Castro, lave a boca para falar do presidente Sarney e tenha
certeza de que a popularidade pífia do governador Camilo, definitivamente, não
depende de qualquer ato tanto da imprensa livre do Amapá quanto do senador
Sarney que, aliás, na sua última passagem pela Presidência do Senado, sempre atencioso, recebeu
por diversas vezes – e atendeu aos pedidos - tanto o governador Camilo quanto o
senador João Capiberibe e a deputada Janete.
Said Barbosa Dib é historiador,
analista político e, com muito orgulho, assessor de imprensa do senador Sarney
Resumo de algumas das ações do senador Sarney em benefício do
Amapá – Destaques
- Área de Livre Comércio de Macapá e Santana – Lei nº 8.387, de 30 de
dezembro de 1991
- Ampliação do Linhão de Transmissão – Tartarugalzinho/município de
Amapá/Calçoene
- Área Escola Técnica Federal - obtenção da
lei de criação (Lei 11.534/ 2007)
- Universidade Federal do Amapá – criação através da Lei nº
7.530 /86 e Decreto nº 98.997/90
- Construção do Hospital Sarah Kubitschek – referência em
aparelho locomotor - inaugurado em 2005
- Criação do novo aeroporto (internacional) de Macapá
- Municipalização do Porto de Santana em 2002
- Pátio de containers no Porto de Santana e equipamentos para o
carregamento (Suframa)
- Urbanização da Orla de Macapá (Suframa)
- Revitalização e asfaltamento de vários trechos da BR 156 – em
andamento
- Construção da Ponte Binacional Oiapoque(AP) - Saint George (Guiana
Francesa) - em andamento
- Ponte de Laranjal do Jarí (AP) a Monte Dourado (PA) – recursos
assegurados
- Construção de Ponte sobre o Rio Vila Nova – previsão de conclusão
nesse ano
- Construção do Museu do Tumucumaque – recursos assegurados
- Duplicação da Rodovia Duca Serra – Macapá e Santana - obra
para ser iniciada
- Transferência das terras da União para o Estado do Amapá – Lei
11.949/ 17 de junho de 2009
- Zona Franca Verde - Lei 11.898, de 9 de janeiro de 2009
- UHE Ferreira Gomes - geração: 252 MWh – licença ambiental aprovada –
mais de R$ 1 bi em investimentos
- UHE Santo Antônio do Jari – potência: 300 MW – licença ambiental
aprovada – leilão segundo semestre 2010
- Luz para Todos – investimento de R$ 163 milhões
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