segunda-feira, 9 de abril de 2012

Amazônia define sugestões para apresentar na Rio+20

Documento que será apresentado na Conferência Rio+20, em junho, trará propostas dos Estados do Amapá, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Pará, Tocantins, e Maranhão.

Encontrar consenso entre diferentes interesses parece ser o maior desafio na formulação da Carta da Amazônia que será apresentada na Conferência Rio+20, em junho. A discussão sobre o conteúdo do documento iniciou nesta semana e reuniu 40 representantes de diversos setores com um objetivo comum: traçar metas e estratégias de promover o desenvolvimento sustentável sem comprometer a floresta amazônica. “A Carta deve representar as visões de umtodo e ao mesmo tempo construir uma voz única. Temos que incorporar as diferentes vozes, necessidades, princípios e, até mesmo, aqueles de pensamentos bem conflitantes e tentar achar um rumo que seja comum a todos. Além de ser aceitáveis a todos”, avalia o coordenador geral da Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (UGMUC), João Henrique Talocchi. A primeira reunião para discutir o documento mostrou que tanto entidades civis, governamentais e representantes industriais têm boa vontade em colaborar.  No entanto, quando o tema chegou à redação do documento, as divergências ficaram claras. Segundo Talocchi, entre os temas mais polêmicos estão geração de energia e infraestrutura na região amazônica.  “Sobre geração de energia, a discussão deve girar sobre se queremos ou não instalação de hidrelétricas. Outros temas que devem movimentar os participantes devem ser agricultura, reserva legal e o Código Florestal, que são assuntos em que se têm divisões bem grandes. Teremos ainda temas de maior consenso como ciência e tecnologia, manejo florestal, que são agendas positivas que todos aceitam, mas que deve ser encontrado um rumo a seguir. Talvez com esta Carta, consigamos encontrar um rumo a ser seguido”, explicou. Para o setor agropecuário, a Rio+20 é uma oportunidade para mostrar ao mundo que o Brasil possui um modelo agropecuário. “Quem sabe os outros países possam adotar a manutenção de reserva legal e áreas de preservação permanente. Porque não dá mais para os países desenvolvidos virem aqui exigir a preservação, mas não praticarem isto em seus próprios territórios”, frisou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas, Muni Lourenço Júnior. De acordo com o representante do Fórum de Apoio a Comunidades Rurais e Ribeirinhas de Manaus (Fopec), o pescador Francisco Carlos, a elaboração da Carta da Amazônia é um raro momento em que as pequenas comunidades podem expor suas propostas. “Este é um dos itens que queremos incluir no documento: que os povos ribeirinhos sejam ouvidos em qualquer atividade que nos atinja direta ou indiretamente. Queremos ser ouvidos e que esta Carta seja realmente participativa, sem nada imposto por outras pessoas. Atualmente, tudo é cobrado dos pequenos (agricultores). Caso eu derrube uma árvore , posso pagar multa, mas uma grande indústria pode retirar areia do parque ecológico onde resido”,  avaliou Carlos.

Leia a matéria completa no Chico Terra

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