Com o cargo de presidente ainda vago e às voltas com o pedido de investigação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado tem reunião marcada para a terça-feira (10). A escolha do novo dirigente para o colegiado depende de negociações entre os líderes partidários e dentro do PMDB, segundo informou o líder do partido na Casa, Renan Calheiros (AL). O parlamentar alagoano disse que vai levar à análise da bancada peemedebista a sugestão do nome de Wellington Dias (PT-PI), feita pelo bloco de apoio ao governo no Senado (PT/PCdoB/PSB/PDT/PRB). De todo modo, assinalou, por enquanto a preferência é por um nome do próprio PMDB, agremiação a quem cabe a indicação para a presidência do conselho, conforme o acordo de repartição dos cargos firmado no princípio da legislatura atual, em fevereiro do ano passado. O assunto também deve ser objeto de consultas aos líderes partidários. Renan não explicou se essa consulta vai ser informal ou se dar na reunião de líderes, que normalmente ocorre às terças no final da manhã ou início da tarde. O anúncio do nome de Wellington foi feito em Plenário nesta terça pelo líder do Bloco, senador Walter Pinheiro (PT-BA). O objetivo, destacou, é agilizar a recomposição do conselho. O cargo de presidente está vago desde setembro do ano passado, com o afastamento do senador João Alberto (PMDB-MA), que pediu licença para assumir cargo no governo do Maranhão. Diante do que ele chamou de “dificuldade” do partido na escolha de um nome para assumir o posto, o bloco liderado pelo PT decidiu sugerir o nome do parlamentar piauiense, que está representando o Senado numa missão à Suiça. Uma das atribuições do novo presidente do Conselho de Ética será decidir se acolhe representação do PSOL para apuração de denúncia de quebra de decoro parlamentar por parte de Demóstenes, que pela manhã se desligou do DEM depois de anunciado um processo de expulsão contra ele. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de inquérito para investigar as relações entre Demóstenes e o empresário Carlinhos Cachoeira, preso acusado de explorar uma rede ilegal de jogos. Conforme o próprio DEM, há fortes indícios de que o senador por Goiás representou interesses de Cachoeira no Congresso e no Poder Judiciário.
– Em nome do bloco, venho pedir a completa apuração de todos os crimes, não só a apreciação da quebra de decoro, mas a apuração de todo o processo. É preciso recompor o conselho na próxima terça para apurar, avaliar e punir os responsáveis todos os crimes cometidos – ressaltou Walter Pinheiro.
O líder do PT enfatizou ainda que o corregedor da Casa, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), com apoio do presidente José Sarney, solicitou à Procuradoria-Geral da República que tanto a Corregedoria quanto o Conselho de Ética possam ter acesso às informações já reunidas sobre o caso.
Agência Senado
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