terça-feira, 5 de outubro de 2010

Marina, a tiririca do Serra, não tem voto na Amazônia

Por Said Barbosa Dib*

Não se sabe o motivo pelo qual a imprensa amestrada de sempre está dizendo que Dilma e Serra têm que pedir apoio da candidata do PV no segundo turno, como se a votação que a Lady Osmarina recebeu fosse o reflexo de sua força política real. Não é. Marina não tem voto. Isto é uma tolice. Marina não tem controle nenhum sobre os 19,33% do eleitorado brasileiro que, por simples gozação, por pura sacanagem, por estarem de saco cheio, tiveram a irresponsabilidade (ou a criatividade?) de votar nela. Marina foi apenas o tiririca do Serra para forçar o segundo turno. Estratégia, aliás, muito bem feita. Foram quase vinte milhões de bem humorados sacanas gozadores – ou até de convictos críticos – que, pragmaticamente, quiseram protestar contra a falsa dicotomia entre tucanóides e petistas, que, numa análise menos passional, não passam de farinha do mesmo saco. Ou até de pessoas que, mesmo reconhecendo aspectos pontuais do assistencialismo de Lula, estavam cansadas da arrogância cultivada do presidente-deslumbrado, que governou oito anos, mas não fez o que tinha que fazer: acabar com a mamata dos rentistas que especulam com a dívida pública em detrimento do Brasil. A idéia que permeou o voto dessa gente brincalhona foi o fenômeno “macaco tião”. Osmarina foi o “macaco tião' de roupas e chales “humildes”. Algo como: “vamos votar na Dilma, vamos evitar o retrocesso tucanóide, mas vamos dar um susto no Lula, dando-lhe uma tiririca para se preocupar”.
Mas, a verdade é que dona Marina Osmarina Silva, que tem o hábito repugnante e demagógico em querer parecer como uma espécie de “Madre Teresa de Calcutá” da Amazônia, não passa de uma farsa, uma piada de muito mau gosto. Um escárnio, principalmente para seus conterrâneos amazônidas, os milhares de caboclinhos sofridos, trabalhadores honrados e batalhadores, eternamente ceifados em seus sonhos pelas políticas pseudo-ambientalistas e malthusianas estrangeiras. Brasileiros eternamente proibidos de obterem um mínimo de acesso ao progresso e às conquistas da Civilização, como saneamento, transporte digno, acesso à internet, estradas asfaltadas, hospitais modernos, luz elétrica, etc.. Naquela região, que ela diz defender, Marina é sinônimo de atraso e desumanidade. A prova disso, veio agora com a divulgação dos resultados das últimas eleições. Osmarina, teoricamente, deveria ser a representante dos caboclinhos amazônidas, pela sua origem cantada em prosa e verso por ela mesma. Deveria. Mas, desses, não obteve votos. Não enganou ninguém. E nem poderia, pois o verdadeiro amazônida, descendente de levas e levas de nordestinos destemidos e de índios guerreiros, não engole a farsa internacionalista que quer colocá-los como animais bizarros, presos em zoológicos humanos para satisfazer a curiosidade de turistas, hipporongas e aposentados dos países desenvolvidos. Em toda a região amazônica, Osmarina não teve votos porque é uma farsa. É isso mesmo. No Acre, sua terra natal, onde começou seu carreirismo político se aliando às ONGs internacionais, onde começou suas relações suspeitas com a transnacional “Natura”, em detrimento de seu próprio povo, Osmarina obteve apenas 81.102 votos (23,45%), atrás de Dilma, que obteve 82.733 (23,92%); e bem atrás Serra, com 180.252 votos (52,12%). Lá, ela perde até para a abstenção, que foi 106.957(22,73%). Em Tocantins, Rondônia, Roraima e Pará, ficou também em terceiro. Em Tocantins, 146,151 votos (20,56%). Em Rondônia, 100.292 (12,71%), e Roraima, com 41.784 (18,87%). No Pará, também ficou em terceiro, com apenas 13,39% (474.841 votos). No Maranhão, estado com uma parte do seu território também na Amazônia Legal, Osmarina obteve também o terceiro lugar, com apenas 13,59% do eleitorado (400.048 votos). No Amazonas, onde teve o resultado menos ruim, por causa da atuação mais sistemática dos organismos internacionais, chegou num sofrível segundo lugar, com 25,71% (392.170). Por que, por cargas d´agua, a moça, defensora da Amazônia, não tem votos na Amazônia? A resposta é óbvia e nem precisa ser formulada...
Mas, nos estados urbanizados, com economias altamente desenvolvidas, com classes média e alta fortes (com seus filhinhos com acesso à internet, cursos de inglês e viagens internacionais constantes, globalizados e pouco preocupados com problemas ecológicos nas favelas próximas), a santa-do-pau-ôco obteve ótimos resultados. Sintomático, não? É o caso de Brasília e Rio de Janeiro. O apoio “politizado” dos ecologistas de alfalto, bebedores de Whisky, de Copacabana, Ipanema e Lelon, foi ostensivo; e dos ambientalistas cosmopolebas, porra locas de todos os gêneros, do Lago Sul, também. Por isso, Marina obteve em Brasília o primeiro lugar, com 41,96% (611.362). No Rio, segundo, com 31,52% (2.693.130). Claro! Conclusão: Serra e Dilma têm mais é que se mostrar mais claramente acerca dos rendimentos, das condições de trabalho e das reivindicações dos aposentados, dos policiais, dos profissionais da saúde e dos professores. Não precisa ficar babando ovo da “farsa Marina”. Esta não passa de uma tiririca que alavancou Serra para o 2º turno. E quanto aos que, por piada, votaram nela, vamos lembrar que 2º turno a coisa é séria... Chega de brincadeira.

*Said Barbosa Dib é historiador e analista político em Brasília

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