O relator-geral do projeto de lei
orçamentária (PLN 24/2012),
senador Romero Jucá (PMDB-RR), informou que estão em estudo três possibilidades
para votar a proposta orçamentária de 2013: por meio da Comissão Representativa,
que é o grupo de parlamentares que representa a Câmara e o Senado durante o
recesso; por meio da convocação extraordinária do Congresso para esse fim; ou
somente em fevereiro do ano que vem, quando se iniciar a nova sessão
legislativa. Mas esse debate, de acordo com a expectativa do senador, só deverá
ser retomado no dia 26.
Jucá fez o
anúncio no início da tarde desta sexta-feira (21), logo após se reunir com
consultores legislativos do Senado.
Ao ser
questionado sobre eventuais problemas legais para o caso de uma votação pela
Comissão Representativa, Romero Jucá reconheceu que esse colegiado nunca votou
o Orçamento da União, mas argumentou que "porque nunca votou a matéria não
quer dizer que haja uma proibição para votá-la". Ele chegou a afirmar que
"não há impedimento à comissão para votar o Orçamento".
O senador
também foi questionado sobre a existência de pareceres técnicos que indicariam
o impedimento da Comissão Representativa. Ele respondeu que "há pareceres
que dizem que há impedimento e há pareceres que dizem que não há
impedimento".
– Tudo
isso está sendo analisado - ressaltou o relator do Orçamento da União de 2013.
Precedente
Romero
Jucá lembrou que, em ocasiões anteriores, a Comissão Representativa já aprovou
matérias sobre créditos, o que, na avaliação dele, demonstra que há um
precedente. Ele afirmou que, "se o Orçamento pode ser considerado uma
grande abertura de crédito nacional para um ano, então há uma similaridade com
o que já foi feito na Comissão Representativa".
– Mas não
queremos forçar a barra. Queremos discutir a questão com maturidade -
acrescentou.
Ao
insistir que é preciso votar logo o Orçamento, Jucá repetiu que "o Brasil
não pode ficar três meses sem os investimentos do governo, das estatais e do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em um ano no qual precisamos
retomar o crescimento econômico e a geração de empregos". E disse que o
atraso seria mal visto inclusive no exterior.
– Nunca vi
tanta dificuldade de conjuntura política como a que estamos vivendo agora. Nós
não estamos vivendo tempos normais. Ficar sem orçamento durante os três
primeiros meses do próximo ano é um grande problema. E eu não gostaria que essa
responsabilidade fosse atribuída pela população ao Congresso Nacional.
O senador
se referia ao resultado da inflação divulgado pelo Banco Central, que reduziu
sua previsão de crescimento do PIB brasileiro de 1,6% para 1%. Jucá também
chamou atenção para a circunstância de o país começar 2013 com um salário
mínimo inferior aos R$ 674,95 que constam do seu relatório já aprovado pela
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). E alertou
sobretudo para o risco de os investidores considerarem temerário continuar
apostando no crescimento do Brasil. O senador reiterou que, qualquer que seja a
decisão quanto à votação da matéria, "ela terá de ser uma decisão coletiva
do Congresso, envolvendo os presidentes da Câmara e do Senado e as
lideranças".
Agência Senado
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