Diante do esclarecimento feito pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux sobre a abrangência da liminar que
impediu o exame do veto à lei dos royalties do petróleo, os líderes e o
relator-geral do Orçamento, Romero Jucá (PMDB-RR), passaram a discutir
alternativas para o exame do projeto da lei orçamentária no Plenário do
Congresso. O próprio presidente do Senado e do Congresso, José Sarney,
confirmou essas gestões, mas evitou opinar sobre qual seria a solução mais
viável, já que no domingo (23) o Congresso inicia o recesso parlamentar, que se
estende até 1º de fevereiro.
- Se a Casa tiver número para reunir a Câmara e o
Senado podemos votar amanhã (21) ou até segunda-feira (24), disse.
Nesta sexta-feira (21) ainda estará em vigência a
sessão legislativa de 2012, que só termina no dia 22. No dia 24, o Congresso já
vai estar em recesso, o que exigiria, em tese, a convocação extraordinária dos
parlamentares. Até o momento, não se falou numa possível convocação para depois
do Natal.
Quanto à possibilidade de passar a responsabilidade
do Orçamento à Comissão Representativa do Congresso, designada para representar
o Senado e a Câmara durante o recesso, Sarney admitiu que é uma hipótese em
análise.
- É uma das hipóteses que eles estão avaliando. Eu
acho que os órgãos da Casa estão também colaborando no sentido de assessorar de
modo a se verificar se a comissão tem atribuições de votação do Orçamento -
disse, segundo informe da EBC.
Mas a mesma agência de notícias afirma que, para o
presidente, a hipótese mais provável é que os líderes tentem reunir os
parlamentares em número suficiente para que a matéria seja apreciada.
Na tarde de quarta-feira (19), havia se decidido
que tanto os vetos presidenciais quanto o Orçamento só seriam votados em
fevereiro, mas nesta quinta Romero Jucá advertiu para os "prejuízos
irrecuperáveis" que o país teria ao começar o ano sem a peça orçamentária
aprovada e pronta para execução. Sarney enviou um ofício a Fux solicitando
esclarecimento sobre o alcance da liminar, já que até quarta se acreditava que
a decisão liminar do ministro bloqueava toda e qualquer votação no Congresso. Depois
de reunião com o presidente do Senado, a 1ª vice-presidente do Congresso,
deputada Rose de Freitas, mostrou-se cética em relação à possibilidade de a
comissão representativa assumir a votação do Orçamento. No entanto, o Regimento
Comum do Senado e da Câmara, em seu artigo 7º, inciso XI, estabelece que à
comissão compete "exercer outras atribuições de caráter urgente, que não
possam aguardar o início do período legislativo seguinte sem prejuízo para
o País ou suas instituições." A Comissão Representativa será composta
por 19 deputados e nove senadores: José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros
(PMDB-AL), Valdir Raupp (PMDB-RO), Walter Pinheiro (PT-BA), Anibal Diniz
(PT-AC), Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Gim Argello
(PTB-DF) e Alvaro Dias (PSDB-PR). Os suplentes são Romero Jucá (PMDB-RR),
Edison Lobão Filho (PMDB-MA), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Acir Gurgacz
(PDT-RO), Lídice da Mata (PSB-BA), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Cyro Miranda
(PSDB-GO) e João Costa (PPL-TO).
Agência Senado
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