Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos
Deputados aprova projeto de Dalva Figueiredo.
O Projeto de Lei nº 5297/2009, de autoria da
deputada Dalva Figueiredo (PT/AP), foi aprovado na tarde desta quarta-feira na
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Uma pesquisa feita,
em 2012, pela Fundação Perseu Abramo, “Mulheres brasileiras
nos espaços público e privado”, faz um quadro alarmante da
violência doméstica e familiar no Brasil. Quando fala de vitimas de agressão
diz que, cerca de uma em cada cinco mulheres, consideram já ter sofrido
alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”. Das
mulheres pesquisadas 13% sofreram ameaças de surra, e uma em cada dez mulheres
já foi de fato espancada ao menos uma vez na vida. No Amapá, segundo o Relatório
Estatístico da Violência Contra a Mulher, elaborado pela Coordenadoria Municipal
de Políticas para as Mulheres, de janeiro a maio de 2011, houve um aumento de
4,2% nos casos de violência contra a mulher em um comparativo com o ano
passado. Até agora 11.377 casos foram registrados, o que equivale a 23 por
habitante e 76 registros por dia. São 3 casos de violência a cada hora, e mais
de 1 a
cada 20 minutos. O Projeto de Lei 5297/09 que altera o art. 16 da Lei nº
11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), pretende estabelecer que
a ação penal nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher é
pública e incondicionada. Ou seja, a vítima não precisa representar contra
o agressor. “Não faz sentido que se exija da vítima o consentimento para punir
o agressor. Entender-se assim seria colocar a vítima em posição de notório
constrangimento, o que é o inverso do objetivo da lei”, concluiu Dalva. A
relatora do PL 5297/09 na Câmara dos Deputados foi a Deputada Iriny
Lopes (PT-ES), ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres
da Presidência da República. Agora o projeto segue para apreciação no Senado
Federal.
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