Rodrigo Baptista
Durante a audiência pública que discutiu, nesta segunda-feira (11), a regulamentação da produção, comércio e uso da maconha, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) leu uma série de manifestações enviadas por meio do Portal e-Cidadania.
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A internauta identificada como Juliana F, por exemplo, escreveu: “Sou contra a liberação! estudos sólidos mostram seus danos. Temos que pensar nas crianças e nos jovens que poderão fazer usos desta substância e parar com este egoísmo de querer propagar um lazer que faz mal a saúde individual e de possíveis usuários”.
Johann P relatou que tem câncer e usa maconha para minimizar os efeitos da quimioterapia: “Seus bens são tão grandes que vejo que já passou da hora de se regulamentar o uso. Fora os danos causados pela ineficiente guerra as drogas! Legalize já para todos os fins”, defendeu.
O internauta Sergio P afirmou que a liberação da droga seria um retrocesso moral:
“Nossos governantes devem tratar com seriedade o tema, coibindo sua produção, distribuição e utilização. Esta sim será uma atitude moralmente correta para com a população brasileira”.
Já Rafael L ponderou: “Existe um fato: Usa maconha quem quer. A questão agora é a redução de danos ao usuário e o controle do público alvo, que se dá por meio da legalização”.
Roger A avaliou que é incoerente permitir cigarro e álcool e não maconha: “Se vamos manter a maconha na ilegalidade, devemos então cobrar do estado metas para combate ao tráfico e metas para reduzir seu consumo. O dinheiro que hoje movimenta o tráfico não pode passar a ser arrecadado pelo estado?”, questionou.
Andreia S propôs a convocação de um plebiscito para que a população decida se quer ou não a regulamentação.
“Temas como este costumam movimentar uma minoria ruidosa, que acaba aparentando representar a maioria. O jeito mais democrático de decidir seria por plebiscito”, escreveu.
Pesquisa DataSenado
Uma pesquisa do DataSenado, realizada nos dias 6 e 7 de junho, indicou apoio de apenas 9% dos entrevistados à legalização da maconha para qualquer fim. Já a permissão restrita ao uso medicinal da droga é defendida por 48%. A proibição total, como ocorre hoje, é apoiada por 42%.
A pesquisa foi feita com 1.106 pessoas de 16 anos ou mais, de todos os estados, e a margem de erro é de três pontos percentuais. A avaliação dos dados mostra que, para muitos dos entrevistados, o debate precisa ir além da ciência e abranger a questão moral e social. Muitos acreditam que flexibilizar a legislação pode estimular o vício, o que afetaria a segurança e a saúde pública.
Entre os que declaram ter alguma crença ou religião, o percentual contrário à legalização é maior do que entre aqueles que se declaram sem religião. No caso dos evangélicos, por exemplo, 55% são contra a legalização.
A região do país também influencia o resultado. A análise aponta que no Centro-Oeste 54% são contra a legalização para qualquer fim, enquanto no Sul do país o percentual é de 35%.
A maioria dos entrevistados (82%) concorda que a maconha leva o usuário a experimentar drogas mais pesadas. Entre os mais jovens, de 16 a 19 anos, o percentual cai para 72%. Dois em cada três entrevistados pelo DataSenado (67%) disseram não acreditar que a legalização possa reduzir o tráfico de drogas.
Agência Senado
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