Senadores querem que líder do DEM vá à tribuna e esclareça a relação com Carlinhos Cachoeira
Ricardo Brito / O Estado de S. Paulo
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Senadores governistas cobraram ontem do líder do DEM na Casa, Demóstenes Torres (GO), que esclareça sua relação com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A situação de Demóstenes agravou-se diante da revelação de que ele teria pedido em 2009 dinheiro a Cachoeira, preso recentemente na operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Em plenário, os senadores Ana Amélia (PP-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Jorge Viana (PT-AC) disseram que esperam rapidamente um pronunciamento de Demóstenes sobre as novas suspeitas. “A situação se agravou muito. Eu sou do PT e defendo que o PT não faça com os outros aquilo que a oposição fez com o PT”, afirmou Viana, ao ressaltar que “não pode ficar para depois” a volta do senador do DEM à tribuna do Senado.“Não podemos tapar o sol com a peneira. O caso é grave”, disse Taques. “Esta Casa não terá moral para notificar, convidar, intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões senão ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes.” Ele e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) marcaram de ir hoje à Procuradoria-Geral da República para pedir explicações sobre o motivo pelo qual o órgão não levou adiante as investigações feitas pela Polícia Federal que, três anos atrás, já mencionava o envolvimento de Demóstenes com Cachoeira.
Demora.
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), também disse que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, precisa esclarecer a demora em pedir uma investigação contra Demóstenes no Supremo Tribunal Federal. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que gostaria que as suspeitas envolvendo Demóstenes fossem tratadas pelo Judiciário. “Politizar o tema é desagradável”, ponderou. A ordem entre os governistas é aguardar. Só levarão Demóstenes à Corregedoria ou ao Conselho de Ética depois que tiverem acesso às explicações de Gurgel. Aguardam também um novo pronunciamento do senador. Ontem, pelo menos, o líder do DEM não deu indicações de que falaria. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), defendeu que seu partido aguarde o fim das investigações da PF e do MP para tomar qualquer decisão em relação ao líder do DEM, sigla que é a principal aliada na oposição ao governo Dilma Rousseff. Na opinião do tucano, seria “ridículo” começar uma apuração no Congresso contra Demóstenes porque o senador já vem sendo investigado pela polícia. “Na verdade, ele está sendo investigado. Só não está sendo investigado oficialmente”, afirmou Dias.
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