Durante audiência pública promovida nesta quinta-feira (22) pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), para discutir o processo de escolha da Entidade Aferidora de Qualidade (EAQ) da banda larga, o Diretor de Projetos e de Desenvolvimento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br questionou a qualidade do serviço contratado pela SindiTelebrasil. Segundo Milton Kaoru Kashikawa, os requisitos técnicos da medição da Price Waterhouse Coopers (PWC) não permitem aferir a real capacidade da rede da operadora de se comunicar com a internet e, além disso, as operadoras teriam capacidade de manipular os resultados. Após a escolha da PWC para avaliar a banda larga, a NIC.br protocolou na Anatel um pedido de revisão do processo de escolha.
- É difícil aceitar um software de medição que não atende ao que o regulamento está dizendo – disse Kashikawa em referência ao programa utilizado pela PWC para aferir a qualidade do serviço.
Demi Getschko, membro do Comitê Gestor da Internet - CGI.br registrou que o NIC.br já presta o serviço de medição da qualidade que mede a velocidade da conexão com a Internet dos usuários. Conforme explicou, o serviço é disponibilizado gratuitamente no próprio site da Anatel.
Em resposta às indagações, Luiz Eduardo Viotti, representante da PWC, ressaltou que a empresa é uma consultoria independente que atua em mais de 160 países e garantiu a legitimidade da aferição dos dados.
- Estamos há cem anos no Brasil. Somos pagos por elas [operadoras], mas não somos pagos para dar boas notícias - disse.
Na área técnica de medição da velocidade de banda larga, Viotti explicou que a PWC conta com a parceria da Samknows, empresa com vasta experiência internacional. Ele também explicou que a avaliação da qualidade da banda larga está em fase de testes e assegurou que até novembro o processo estará plenamente adequado às resoluções da Anatel.
- A partir de novembro, vamos divulgar relatórios periódicos. Até lá teremos reuniões periódicas para garantir que o processo seja conduzido de forma aderente às resoluções – disse Viotti.
Consumidor
Os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), Walter Pinheiro (PT-BA) ressaltaram a importância do regulamento estabelecido pela Anatel que contempla a necessidade de apresentação de indicadores para avaliação da qualidade da banda larga móvel. Eles salientaram, entretanto, que a discussão deve levar em conta principalmente a qualidade percebida pelo usuário.
- Não pode haver tamanha disparidade entre o que é ofertado ao consumidor e a entrega. A entrega se dá na razão aproximada de apenas 10% - ressaltou Braga.
Segundo Walter Pinheiro, a internet brasileira está congestionada porque tem problemas estruturais.
- Essa infovia de hoje, ou essa avenida, ela foi planejada para um determinado número de tráfego. Se esse tráfego é atingido, mesmo que na ponta o sujeito estivesse lá disponível, de outra área ele não poderia falar. Então na realidade esse é o desafio também no nosso tempo – disse.
Agência Senado
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