O presidente do PSOL, deputado federal Ivan
Valente, afirmou que o partido ingressará, nesta terça-feira, com ação no
Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a anulação da reforma da Previdência,
aprovada em 2003, no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Na petição – que, segundo Valente, está pronta – o partido alega que o
processo legislativo foi contaminado pela compra de votos de parlamentares,
reconhecida recentemente no julgamento do mensalão. “O Supremo deve ser
coerente. Se decide que houve compra de votos deve admitir que o processo
legislativo foi inconstitucional por não fazer valer a vontade do povo”,
afirmou o deputado. Segundo Valente, a Emenda Constitucional (EC) nº 41 foi
aprovada na Câmara dos Deputados com 356 votos, 48 votos a mais do que o mínimo
necessário. “Os três partidos cujas lideranças foram condenadas pelo Supremo
representavam, juntas, 120 votos”, disse Valente, referindo-se a Roberto
Jefferson (PDT-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Corrêa (ex-deputado do
PP por Pernambuco) e Pedro Henry (PP). De acordo com o deputado, o PSOL
estudará ainda hipótese de entrar com outra Adin contra a reforma tributária,
aprovada em 2003. Esta será a segunda Adin ajuizada contra a reforma da
Previdência com base no julgamento do mensalão. Em novembro, a Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho (Anamatra) entraram com a ação em que pedem a anulação da
EC nº 41 e, por consequência, da lei nº 12.618 que criou o Fundo de Previdência
Complementar do Servidor Público (Funpresp). Alguns ministros do STF já se
manifestaram contra a anulação das leis diante da compra de votos. Entretanto,
a tese já teve sucesso na primeira instância. Em outro caso, o juiz Geraldo
Claret de Arantes, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte anulou os
efeitos da reforma previdenciária diante do “vício de decoro parlamentar”. Com
isso, admitiu que a viúva de servidor público do Estado receba o valor integral
do benefício. Ainda cabe recurso.
Bárbara Pombo
| Valor
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