Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo mostra
que levando em consideração o ano de 2011, primeiro da gestão de Camilo
Capiberibe, o Amapá passa para primeiro no ranking com fantástico crescimento
de 206%
Maiara Pires / A Gazeta
O Amapá é o terceiro Estado com maior crescimento de gastos
com publicidade e propaganda de 2012 para 2013. Segundo mostrou um levantamento
realizado pelo jornal O Estado de São Paulo, a gestão de Camilo Capiberibe
(PSB) aumentou em 67% o orçamento para propaganda. A verba é de mais de R$ 18
milhões. O Amapá só perde para Goiás (88%) e Amazonas (96%). Se ampliada a
comparação para o ano de 2011, primeiro ano de gestão do PSB, o Amapá lidera o
ranking com um fantástico crescimento de 206%, seguido do Rio Grande do Sul
(193%) e Maranhão (166%). A propaganda do Governo do Estado foi turbinada no orçamento
deste ano em quase três vezes. A alteração foi aprovada pela Assembleia
Legislativa que acrescentou ao orçamento da Secretaria de Estado da Comunicação
(Secom) mais R$ 5 milhões, passando de R$ 13,6 milhões para R$ 18,6 milhões
graças ao corte no próprio orçamento no valor de R$ 24 milhões e R$ 4 milhões
do Tribunal de Contas do Amapá (TCE) para realocar em outras Secretarias do
Poder Executivo.
Estratégia
Em 214, haverá eleição para escolher governadores e presidente da República. Os
anos pré-eleitorais são os mais estratégicos para a destinação de recursos em
gastos com publicidade. É que a legislação impõe restrições sobre o crescimento
desse tipo de despesa: não podem ultrapassar a média dos três anos anteriores.
E os anos pré-eleitorais costumam jogar essa média para cima. O levantamento feito pelo ‘Estadão’ com 23 dos 26 governos estaduais, além do
Distrito Federal, mostrou que metade tem planos de incrementar a verba com
propaganda institucional e de utilidade pública este ano. Em média, o gasto
dessas administrações com divulgação das gestões deve crescer 37,35%.
Reeleição
Dos 12 Estados onde há previsão de aumento dos gastos com propaganda neste ano,
sete têm governadores que são potenciais candidatos à reeleição: os tucanos
Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO) e Simão Jatene (PA) e os petistas
Tarso Genro (RS) e Tião Viana (AC), além de Camilo Capiberibe (AP), do PSB, e
Raimundo Colombo (SC), do PSD. A Constituição diz que a publicidade dos atos do poder público é um dos princípios
da administração, mas veda o uso da propaganda como promoção pessoal. A
legislação eleitoral também impõe restrições à publicidade institucional no ano
de eleição, entre as quais, autorizar a propaganda nos três meses anteriores à
disputa.
Marqueteiros
As agências que ganham os contratos para executar a propaganda do poder público
são, em muitos casos, ligadas a marqueteiros que criaram as campanhas dos
governadores. É o caso, por exemplo, da Prole, Lua Branca e Revolution
Comunicação, que são ligadas aos marqueteiros que fizeram as campanhas dos
governadores do Rio, São Paulo e Amapá, respectivamente. A empresa de Walter Júnior, marqueteiro do governador Camilo Capiberibe, está
sendo investigada pelo Tribunal de Contas do Amapá (TCE), suspeita de
superfaturamento no contrato firmado sem licitação no valor de R$ 4,8 milhões
para prestar serviços de publicidade e propaganda institucional por seis meses
em 2012 – o dobro do contrato anterior que foi R$ de 2,5 milhões para o mesmo
serviço durante doze meses em 2011.
Superfaturamento
Curiosamente, o Governo do Estado pagou quase todo o valor de 4,8 milhões
antecipadamente em duas parcelas, sem que os serviços fossem prestados por todo
o período contratado. É que a Justiça Eleitoral mandou suspender a propaganda
institucional do Poder Executivo, em setembro, dois meses depois que pagou 3,1
milhões por entender que estava havendo favorecimento à candidata do PSB à
Prefeitura de Macapá, Cristina Almeida. Um mês antes de encerrar o contrato, o TCE/AP também determinou a suspensão
dele por encontrar irregularidades, como a falta de processo licitatório,
inclusão de serviços sem previsão de quantidades, ausência de projeto básico e
orçamento detalhado. “A publicidade governamental é serviço que raramente se enquadra na situação
legal de emergência. Não há dano, nem perigo com a falta de informações
regulares das ações do Governo”, avaliou o procurador de contas do TCE/AP,
Reginaldo Parnow Ennes, que considerou ainda, que “o esgotamento das reservas
orçamentárias do contrato firmado em 2011 e a falta de licitação para a
publicidade executada em 2012 decorreu da falta de planejamento, desídia e má
gestão dos recursos públicos”.
Licitação
A Secretaria de Estado da Comunicação abriu licitação na modalidade Concorrência
nº 001/13 – CPL/Secom, em janeiro deste ano a fim de contratar duas agências de
propaganda para a prestação de serviços de publicidade. A concorrência está
marcada para às 9 horas do dia 11 de março na Av. Ana Nery, 285 – A – Prédio
Rede Vida. Pavimento 1, bairro do Laguinho. Quem quiser adquirir o edital para
participar da licitação deve procurar o endereço citado ou pelos telefones
2101-5752/5756. Procurado, o assessor de comunicação, Paulo Ronaldo Almeida, não retornou às
ligações da reportagem para falar com o secretário de Estado da Comunicação,
Carlos Henrique Schmidt. (Com informações do jornal O Estado de São
Paulo)
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