O delegado da Polícia Federal, Jorvel Eduardo
Albring Veronese, é o mais novo assessor do senador Randolfe Rodrigues (PSOL). A nomeação foi
publicada no Boletim Administrativo do Senado Federal do dia 18 de janeiro. O
policial exercerá o cargo em comissão de Assessor Técnico, SF02, do Quadro
de Pessoal do Senado Federal. O salário gira em torno de R$ 18 mil. Veronese
foi o delegado que chefiou a Operação Mãos Limpas da Polícia Federal no Amapá
em 2010. Exatamente 23 dias antes das eleições gerais, a operação resultou na
prisão de 18 pessoas, dentre políticos e empresários. Do total de prisões
temporárias, 12 foram revogadas e seis prorrogadas, dentre elas a do então
governador, Pedro Paulo Dias, que concorria à reeleição, e a do ex-governador e
candidato ao Senado Waldez Góes. Procurado para esclarecer qual a função a ser
exercida pelo delegado no gabinete, a assessoria do senador Randolfe Rodrigues
em Brasília negou a nomeação e tratou o assunto como especulação. Segundo a
assessora de imprensa, Gisele Barbieri, Jorvel Veronese havia apenas procurado
o senador em seu gabinete em Brasília para uma visita de cortesia. Ela não
soube precisar o assunto tratado e nem a data do encontro. Jorvel Veronese foi empossado no cargo de delegado da Polícia Federal na
Superintendência do Amapá em janeiro de 2008. Menos de um mês depois de estar
no cargo, ele se envolvia em uma polêmica no Aeroporto de Foz do Iguaçu, quando
teria atrasado um vôo da TAM para Curitiba por mais de uma hora, segundo
reportagem do jornal Folha de São Paulo. Jorvel disse estar em missão em Foz do
Iguaçu onde teria ido buscar equipamentos doados pela Receita Federal e pela PF
à Superintendência do Amapá.
Os passageiros, já no interior do avião, tiveram
que esperar que o delegado fizesse o despacho da bagagem, com 162 quilos de
excesso de peso. Em julho do ano passado, menos de dois anos da Operação Mãos Limpas, Jorvel
Veronese foi exonerado da função de Chefe do Núcleo de Inteligência Policial da
Superintendência Regional da Polícia Federal no Amapá. Dois meses antes, em
Abril, houve troca no comando da PF no Amapá. O então superintendente Roberto
Maia foi substituído pelo delegado Araquém Alencar Tavares de Lima, hoje no
cargo. O ex-governador Pedro Paulo Dias, médico do quadro do Estado, afirma que após
passar nove dias preso na PF em Brasília , não sequer ouvido. “Fiquei lá
em isolamento forçado, sem o direito de conhecer o processo e de me defender,
então voltei para o meu Estado sem ser ouvido”, afirma. Waldez Góes, derrotado
nas urnas em 2010, diz esperar até hoje a conclusão do inquérito da Operação
Mãos Limpas para poder saber quais as acusações e poder se defender. O
inquérito corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas não há até agora
nenhuma acusação formal contra Góes.
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