A perda de mandato do senador João Capiberipe (PSB-AP), que leva Gilvam Borges (PMDB-AP) a assumir a vaga, pela segunda vez, volta a colocar a classe política do Amapá em meio a polêmicas, pontuada por trocas de acusações de compra de votos e compra de testemunhos. O desfecho está próximo a acontecer e deverá ser pelas mãos do 11º ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o recém-empossado Luís Fux. O entendimento sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa para casos anteriores a 2010 foi julgado duas vezes e acabou empatado. Cabendo, agora, o voto de minerva de Fux.
Capiberibe teve o mandato cassado em 2004 pelo TSE por compra de votos na eleição de 2002. Com isso, Gilvam Borges assumiu o cargo em 2005. Em 2010, Capiberibe foi eleito, mas acabou barrado pela Lei da Ficha Limpa - extensão da punição de 2004 - e Gilvam Borges, 3º mais votado, acabou sendo beneficiado novamente.
Em fevereiro deste ano, o caso voltou a atrair atenção depois que ex-assessores de Borges afirmaram que duas testemunhas do processo de 2004 foram compradas para dizer que venderam seus votos a Capiberibe.
Acusado de comprar depoimentos que tornaram seu adversário inelegível, o senador Gilvam Borges partiu para o contra-ataque. Em entrevista exclusiva ao Terra, ele se defende e diz que a reação é fruto de "desespero de um sem mandato" e que essa nova versão é que foi comprada. Ele classificou como "disputa política" a troca de acusações entre os dois.
Borges admite que a compra de votos é uma "prática comum" no Estado, porém, afirma que nunca adotou o método. "Se você for ao Amapá vai encontrar lá provas de que continuam comprando voto. Mas nunca comprei um voto, sou um dos poucos."
Apesar de ter recebido a vaga do rival mesmo tendo menor votação, o senador afirma se sentir honrado com a votação recebida. "Me senti lisonjeado por ter um votação segura, tranquila", disse. Quando fala em Capiberibe, Borges bate firme. "Há muitos fatos contra ele, envelopes, dinheiro escondido na casa do cachorro, a verdade está nos fatos e nas provas", afirmou.
Ele afirma que as acusações de ex-integrantes do seu gabinete foram forjadas de modo a desqualificar sua atuação política. "As testemunhas contra mim foram devidamente catequizadas, todas têm envolvimento com o PSD", declarou.
Capiberibe teve o mandato cassado em 2004 pelo TSE por compra de votos na eleição de 2002. Com isso, Gilvam Borges assumiu o cargo em 2005. Em 2010, Capiberibe foi eleito, mas acabou barrado pela Lei da Ficha Limpa - extensão da punição de 2004 - e Gilvam Borges, 3º mais votado, acabou sendo beneficiado novamente.
Em fevereiro deste ano, o caso voltou a atrair atenção depois que ex-assessores de Borges afirmaram que duas testemunhas do processo de 2004 foram compradas para dizer que venderam seus votos a Capiberibe.
Acusado de comprar depoimentos que tornaram seu adversário inelegível, o senador Gilvam Borges partiu para o contra-ataque. Em entrevista exclusiva ao Terra, ele se defende e diz que a reação é fruto de "desespero de um sem mandato" e que essa nova versão é que foi comprada. Ele classificou como "disputa política" a troca de acusações entre os dois.
Borges admite que a compra de votos é uma "prática comum" no Estado, porém, afirma que nunca adotou o método. "Se você for ao Amapá vai encontrar lá provas de que continuam comprando voto. Mas nunca comprei um voto, sou um dos poucos."
Apesar de ter recebido a vaga do rival mesmo tendo menor votação, o senador afirma se sentir honrado com a votação recebida. "Me senti lisonjeado por ter um votação segura, tranquila", disse. Quando fala em Capiberibe, Borges bate firme. "Há muitos fatos contra ele, envelopes, dinheiro escondido na casa do cachorro, a verdade está nos fatos e nas provas", afirmou.
Ele afirma que as acusações de ex-integrantes do seu gabinete foram forjadas de modo a desqualificar sua atuação política. "As testemunhas contra mim foram devidamente catequizadas, todas têm envolvimento com o PSD", declarou.
Reabertura do inquérito
Procurado pelo Terra, o ex-senador João Capiberibe (PSB-AP) classificou de fraudes as acusações feitas pelo adversário. Ele lembra que pediu a reabertura do inquérito de 2004, após o jornal Folha de S. Paulo publicar matéria em que um ex-funcionário da emissora de Borges dizia que ele doou uma casa para cada testemunha e pagaria uma pensão de R$ 12 mil mensais. Apesar de pedir a reabertura, Capiberibe diz que a justiça eleitoral não prevê ação rescisória, mesmo se for comprovado que o processo que cassou seu mandato tenha sido forjado.
De acordo com ele, os nomes citados por Borges como sendo outras testemunhas no caso de compra de votos "não existem nos autos" e se comprometeu a enviar cópias do processo. Segundo Capiberibe, a única prova nos autos do processo são essas duas testemunhas. De acordo com ele, todas as outras pessoas citadas como testemunhas por Borges foram desmentidas ao longo dos anos. "Não há nenhuma ação do Ministério Público contra nós. Essas acusações todas partem do senador Borges e do PMDB."
Sobre as outras provas que Borges diz haver contra ele, Capiberibe classifica como mentiras. "Essas acusações reproduzem a fraude que foi todo o processo", disse. Ainda de acordo com o ex-parlamentar, não constam no acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os pormenores citados pelo senador sobre uma busca e apreensão realizada em uma casa que seria sua. Nesta casa teriam sido apreendidos R$ 16 mil escondidos em um fundo falso na casinha de um cachorro, de acordo com Borges.
"Aquela casa é um comitê eleitoral, não existia nenhuma irregularidade", afirmou. Ele afirmou ainda que as ações de Borges mostram uma pessoa "desesperada" com as acusações de compra de votos que pesam contra si.
Sobre a operação Mãos Limpas da Polícia Federal, que resultou na prisão de parte da cúpula do governo estadual em setembro do ano passado, o ex-senador diz que vem denunciando a corrupção há muitos anos. "Sempre denunciei tanto as quadrilhas de corruptos de gravatas quanto os traficantes. A verdade é que tenho adversários poderosos, que tentam me botar na vala comum da corrupção. E conseguiram cassar nosso mandato em 2004 e me deixaram fora do Senado e da Câmara em função do Filha Limpa.
"Ninguém pode ser punido duas vezes por um crime que não cometeu", disse, após afirmar que tem esperança de reaver seu mandato com a decisão do ministro do STF Luís Fux.
Confira as duas versões:
Veja a seguir os vídeos com as entrevistas do "Terra Notícias" com Gilvan Borges e João Capiberibe:
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