quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carlos Newton

Ambientalistas usam argumentos disparatados para tentar impedir a usina de Belo Monte, alguns são até ridículos.

Conforme já explicamos aqui, a usina de Belo Monte é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do país, mas sempre aparece quem se oponha ao projeto, usando os argumentos mais disparatados.A principal crítica a Belo Monte cita sua possível substituição por fontes de geração alternativas, tais como as pequenas centrais hidrelétricas, a energia eólica, a biomassa, a energia solar etc. Todas essas formas de gerar energia são importantes e o seu desenvolvimento deve ser incentivado. Entretanto, é preciso destacar que essas alternativas serão apenas complementares à geração tradicional, e não podem ser consideradas como soluções para a expansão do sistema interligado do país, nem mesmo a médio prazo.

Já foi até sugerida a construção de 982 pequenas centrais hidrelétricas como opção à Belo Monte, mas o “especialista” que fez a proposta não levou em conta que a alternativa causará impacto ambiental negativo superior à Belo Monte. Enquanto este empreendimento, com 11.181 MW de potência instalada, apresenta um reservatório com área de 440 km2, as 982 pequenas centrais hidrelétricas, considerando cada uma com reservatório de 3 km2, inundariam um total de 2.946 km2 de área, ou seja, quase 7 vezes maior que Belo Monte, vejam só que ideia tresloucada.

A geração eólica, que já está sendo utilizada com êxito em áreas litorâneas, apresenta-se como uma alternativa também interessante de complementação energética. Entretanto, ainda tem custo bastante superior ao da geração hidrelétrica (da ordem de 60 US$/MWh) e um fator de capacidade em torno de 25%, muito mais baixo que o de Belo Monte (43%), pois estão sujeitas aos regimes dos ventos, que não são contínuos e nem constantes.

Atualmente, 50% do potencial hidrelétrico brasileiro encontram-se na Amazônia, sendo que somente 5% estão aproveitados. Caso não se utilize o potencial hidroenergético da Amazônia, economicamente e ambientalmente viável, será necessária a implantação de usinas térmicas utilizando combustíveis fósseis (poluindo) e usinas nucleares (ameaçando) para suprir as necessidades energéticas brasileiras. Será este o sonho dos ecoólatras e ecochatos que tanto se opõem a Belo Monte?

Além do custo da energia de origem térmica ser superior, uma expansão com base em usinas termelétricas provocaria impactos significativos no balanço de pagamentos, porque tanto os equipamentos principais quanto os combustíveis são importados. Acrescente-se que a emissão de CO2 pelas usinas termelétricas é muitas vezes superior à emissão de gases pelo reservatório da hidrelétrica de Belo Monte, se considerarmos a energia gerada equivalente.

Por fim, Belo Monte é o empreendimento hidrelétrico brasileiro mais competitivo a ser implantado nos próximos 10 anos no país. Seu custo é de 12,4 US$/MWh (sem considerar o sistema de transmissão associado) ou de 20,5 US$/MWh (se considerarmos o custo da usina associado ao custo do sistema de transmissão). É a terceira maior do mundo. Seria um orgulho para qualquer país. Aqui no Brasil, não.

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