sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Comunicação do Senado envia carta com esclarecimentos sobre os veículos de comunicação públicos. Mas o entendimento está difícil!

A Assessoria de Imprensa da Secretaria Especial de Comunicação Social enviou, nesta sexta-feira (4), mais uma vez, carta ao colunista Ricardo Feltrin, da Folha de São Paulo. Na carta, a Assessoria contesta números e conclusões que vêm sendo publicados pelo jornalista sobre as TVs públicas e esclarece as características e os objetivos desse tipo de veículo.

“Prezado Ricardo Feltrin,

Mais uma vez somos obrigados a dialogar e ao mesmo tempo contestar números e conclusões expostos por você em artigos publicados na página da Folha, na internet, sobre a TV Senado. Embasado em uma suposta pesquisa à qual o Senado não teve acesso e em conceitos construídos a partir de uma postura da mídia de mercado, você insiste em desqualificar as TVs públicas como se elas não tivessem importância para a República, para o cidadão e, sobretudo, para o processo democrático.

Ora, qualquer pessoa que estuda a fundo as questões colocadas pela modernidade – quando as redes sociais e outras formas de comunicação em tempo real vão desmontando ideologias velhas, à direita e à esquerda – sabe que o paradigma liberal de uma mídia privada como única instância legítima de informação não subsiste mais, desabou. Todos os atores sociais – mercado, estado, terceiro setor e outras modalidades de organização – são chamados a contribuir no amplo e necessário processo comunicativo, convergente, cada um em sua área, cada um com sua competência, cada qual com a sua especificidade.

Há muito tempo os chamados veículos de mercado – e a Folha é um deles – perderam a capacidade de disponibilizar sozinhos todos os fatos gerados pela sociedade. Dos fatos produzidos diariamente pelo Senado Federal, por exemplo, apenas uma pequena mostra chega à opinião pública pelas mãos dos grandes jornais e das redes de comunicação eletrônica – embora legítimos, seus critérios de transformação do fato em notícia se guiam mais pelo senso comum que dá ibope e publicidade e não necessariamente pelo interesse público efetivo. É comum aos grandes veículos afirmações de que o Plenário não votou nenhuma matéria, quando inúmeras foram aprovadas em caráter terminativo nas comissões e seguiram à Câmara ou à sanção presidencial. Sem falar em grandes debates, grandes temas, que raramente são objeto de interesse dos setoristas da mídia privada em virtude de uma certa ditadura da pauta.

No caso dos veículos do Senado Federal, somente eles estão organizados para disponibilizar à sociedade a totalidade dos debates e decisões ocorridos na Casa. E é por meio desses veículos que cada segmento social ou cidadão isoladamente acessa detalhes dos projetos e idéias que podem alterar suas vidas. Sem mistificação, sem a intermediação ideológica de veículos específicos, sem a influência do tradicional “gatekeeper”, mas com informação completa, sem rodeios, absoluta. Com a transmissão das sessões de Plenário e das comissões em tempo real, o cidadão acompanha debates e decisões sem trucagem, sem cortes, sem qualquer tipo de orientação alheia aos fatos. E sendo em tempo real, não há espaço para afirmações do tipo “companheiros sorvendo alimento lácteo diretamente nos úberes da bovídea artiodáctila governamental” como consta do seu artigo, pura ideologia, pouco jornalismo.

O seu posicionamento em relação às TVs públicas é ainda mais questionável quando se sabe que se baseia em uma pesquisa de TV paga aparentemente feita em apenas oito estados da Federação, não alcançando todo o público potencial e efetivo da TV Senado. Por exemplo, a emissora opera em canal aberto em 11 unidades da Federação – Brasília, Cuiabá, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Natal, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo -, sendo que já pelo sistema digital em Brasília e São Paulo (com a TV Câmara). Além do mais, ela é amplamente acessada pelo sistema de parabólicas (aproximadamente 20 milhões no país inteiro) e também pela internet, com oito canais em tempo real.

Sobre o tamanho da TV Senado, é bom que saiba que a equipe, semanalmente, produz aproximadamente 50 horas de vivo e outras 20 horas de outros programas originais. Está no ar 24 horas por dia e cobre, além do Plenário e Presidência, mais 11 comissões permanentes do Senado, duas comissões mistas do Congresso Nacional e mais de 20 subcomissões, além de inúmeros debates e iniciativas vinculados ao processo legislativo. Faz mais a TV: fornece sinais para outras emissoras brasileiras e é acompanhada de forma vigilante pelas redações espalhadas pelo país como fonte de pauta ou, simplesmente, para evitar “furos” de reportagem.

A importância do veículo é atestada pelos próprios senadores que, em reuniões na Secretaria Especial de Comunicação Social, explicitam o seu impacto positivo junto aos eleitores nos estados e municípios, em todas as regiões brasileiras. Mais: todos os senadores, sabendo da importância dos veículos da Casa, já dialogam diretamente em seus discursos na tribuna com ouvintes e telespectadores e não mais só com o presidente da Mesa e outros parlamentares.

Pesquisa do DataSenado, serviço vinculado à Secretaria Especial de Comunicação Social e que realiza sondagens com resultados aceitos e divulgados pela mídia privada, evidencia que de uma base de 150 milhões de brasileiros, 26% residentes nas capitais assistiram a TV Senado  nos últimos três meses, índice que cresce para 70% quando o público é do interior. Não está contabilizado aqui todo o potencial dos usuários de parabólicas, a grande maioria deles concentrada no interior de norte a sul e nas periferias das capitais.

Jamais a TV Senado, tal como as TVs públicas, vai disputar a primazia do IBOPE, embora ela tenha de se preocupar em ser sempre eficiente na disponibilização da informação e na busca de maiores audiências. Quem sintoniza a TV Senado não o faz por lazer, está em busca de informação objetiva que altera as suas vidas. E essa busca, mesmo se episódica, tracejante para certos articulistas da mídia privada porém estratégica para construção da cidadania e da democracia segundo entendemos, jamais será colhida de forma isenta e precisa pelos institutos informados pelo entretenimento.

Os senadores historicamente criaram a comunicação da Casa e cabe a eles, a luz de suas consciências, alterar o rumo dos serviços. Todos os questionamentos relacionados à qualidade da informação, ao tamanho e abrangência dos veículos, a pessoal, a gastos são válidos e passíveis de discussão. Parece algo despropositado, isso sim, qualquer raciocínio que almeje ser possível voltar a roda da democracia e da história da comunicação, como se apenas uma vertente da mídia pudesse prevalecer.

O bom jornalismo é feito com informação. É isso que a TV Senado e os demais veículos da Casa fazem.

Se for do seu interesse, estamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

Senado Federal | Secs| Assessoria de Imprensa
Anexo I | 21° Andar | Sala 05
Telefone: +55 (61) 3303-3966| Fax: +55 (61) 3303-4023 ”.

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