A Câmara
dos Deputados aprovou ontem, 4, em segundo turno, por 347 votos a
favor, dois contra e duas abstenções, a Proposta de Emenda à Constituição que
amplia os direitos dos trabalhadores domésticos (PEC 478/10). A proposta prevê, por exemplo, direito de jornada de
trabalho de 44 horas semanais, pagamento de hora extra e adicional noturno. O
texto agora segue para o Senado, onde também terá de ser votada em dois turnos.
Se aprovado sem modificações, será promulgado pelo Congresso Nacional. Se
alterado, voltará para nova votação na Câmara. Conhecida como PEC das
Empregadas Domésticas, a proposta garante a babás, faxineiros e cozinheiros,
dentre outros trabalhos exercidos em residência, direitos que já são
assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais, como pagamento obrigatório do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego. De acordo
com a deputada federal Fátima Pelaes
(PMDB/AP), que integrou a Comissão Especial da PEC, e que é vista como uma fiel
defensora da causa, “esse é um momento histórico no reconhecimento de um
trabalho tão importante dentro da sociedade brasileira”, disse a parlamentar. Fátima
Pelaes afirmou que a aprovação em segundo turno na Câmara é uma questão de
Justiça. “Esse é um momento esperado pelos milhares de trabalhadores (as) que
exercem profissões ligadas ao âmbito doméstico. Sem dúvida temos que comemorar
esse momento como se fosse um gol do Brasil numa final de Copa do Mundo”,
ilustrou a parlamentar. A deputada amapaense acredita que a PEC passará sem problemas
pelo Senado. “Quando presidente da República o Senador José Sarney defendeu como ninguém o social.
Na verdade ele é um precursor desse processo de reconhecimento dos direitos
trabalhistas de todas as categorias. Por isso, acredito que ele fará gestão
junto aos seus pares para aprovar de forma célere a PEC”, concluiu a deputada
Pelaes. Ao todo, 16 direitos trabalhistas foram incluídos na PEC 478/10, como salário-família e
auxílio-creche. Dentre os direitos incluídos na proposta, alguns, como hora
extra e jornada de trabalho de 44 horas semanais, podem entrar em vigor de
imediato, após a sanção presidencial. Já outros, ainda precisariam de
regulamentação, como o seguro contra acidentes de trabalho, por exemplo.
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