quinta-feira, 9 de junho de 2011

“Universalização” das teles é deixar 60,9% do Brasil sem banda larga

Segundo estudo da LCA & Associados feito para o SindiTelebrasil, acesso aumentaria de 20,5% para 39,1% da população em 2014
No 55º Painel Telebrasil, evento promovido pelas teles, elas apresentaram um interessante “estudo”, contratado com a consultoria LCA & Associados. Por ele, descobrimos que as teles não são capazes, não querem e não vão universalizar a banda larga. Dirá o leitor arguto: qual a vantagem de descobrir o que já sabíamos? Bem, leitor, acreditamos que o ministro Paulo Bernardo poderá tirar proveito da leitura desse levantamento – cuja ligação com a realidade é o interesse das teles, que é o que ele reflete.
Disse o ministro, ao abrir o 55º Painel Telebrasil: “Precisamos elevar substancialmente o investimento em redes de alta velocidade em nosso país. Isso passa por medidas legais e regulatórias que induzam o investimento privado, como é o caso das licitações de radiofrequência com compromissos de abrangência, da liberalização das outorgas da TV a Cabo, da desoneração tributária dos tablets que fizemos há poucos dias”.
Bernardo, portanto, acha que para “induzir” o investimento das teles em banda larga, o Estado tem que mudar suas leis e regulações – que são mais do que frouxas – a favor delas; que é preciso doar a elas mais parcelas do espectro eletromagnético; que é preciso abrir a TV por assinatura para elas – que já têm, ilegalmente, as duas maiores empresas do ramo; e, além disso, que o Estado tem que conceder isenções de impostos, parciais ou totais, a elas. Não se sabe por que, desta vez, ele esqueceu a doação do dinheiro dos fundos de telecomunicações – que são dinheiro público, dinheiro do povo.
As teles têm o maior faturamento entre todos os setores empresariais presentes no país – R$ 150 bilhões. Têm também uma margem de lucro alucinada. Não precisaram investir na construção das empresas, recebidas via privatização. Porém, Bernardo acha que é pouco para “induzi-las” a investir. Então, vejamos o “estudo” da LCA & Associados que elas apresentaram no Painel TeleBrasil.
A depender das teles, e de seu colossal investimento, a penetração da banda larga na população brasileira passará dos atuais 20,1% para 28,7% em 2014. Somente sobrarão 71,3% dos brasileiros... O que, naturalmente, é apenas uma previsão de uma consultoria paga para fazê-la (cf. Telebrasil/LCA, “Contribuições para o Plano Nacional de Banda Larga”).

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