sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gilvam Borges


A Expo Guerra

Enquanto o Sebrae investiu a média de R$ 700 mil, o governo torrou na Expofeira praticamente R$ 8 milhões, para obter um resultado pífio

Acredito que faltam muitos neurônios neste governo ordinário e medíocre. Se lá houvesse alguém que pensasse direito, proporia a privatização da administração da Expofeira, fazendo convênios com o Sebrae, para que esse, baseado na larga experiência no setor, fizesse o planejamento e a gestão completa da Expofeira. Bastariam  investir R$ 2 milhões e não R$ 8 milhões. Então, teríamos só um megaevento. Em seguida, por exemplo, o calendário da festa do Sebrae poderia ser levado para o final de dezembro. Isso proporcionaria a otimização da economia, favorecendo os negócios e facilitando o empreendedorismo. A parceria governo/Sebrae se estenderia para o bem de todos.  Esses R$ 6 milhões a mais jogados fora, dariam para suprir o sistema de saúde com equipamentos e medicamentos no mínimo por dois meses. Envergonha-te, pela ineficiência. Evita fazer como o avestruz que, ao menor sinal de desespero, enfia a cabeça na terra. Vai e te reconcilia com os empresários. Com certeza, eles não são teus inimigos. Ao contrário, são geradores de emprego e renda e fazem a prosperidade deste Estado. Que essa lição te sirva e te instrua. O empresariado amapaense, através do Sebrae/AP, promoveu no mesmo período em que o governo realizou a Expofeira da Fazendinha, a quarta edição da  Feira do Empreendedor do Amapá. Uma guerra de competitividade digna de algumas reflexões. De um lado, a iniciativa privada, e do outro, a administração pública estadual. A começar pelos custos, enquanto o Sebrae investiu a média de R$ 700 mil, o governo torrou na Expofeira praticamente R$ 8 milhões, para obter um resultado pífio, para não dizer desastroso. Escândalos de corrupção, infraestrutura inacabada, área de shows que virou lago com as chuvas, cobrança de propinas dos pequenos comerciantes - feita pelos seguranças - e o mais importante, os negócios a serem realizados entre os produtores da agroindústria que, em relação ao ano passado, tiveram queda aproximada de 90%. Ficou mais que visível a ausência da classe produtora rural, caracterizada pela decepcionante imagem de currais e estandes vazios. Próximo à sede dos Escoteiros do Laguinho, os empresários deram um baile de organização, gestão eficiente e empreendedorismo, levando ao grande público - estimado em mais de 15 mil pessoas - nada menos que 70 estandes sobre oportunidades de negócios, 14 de parceiros do Sebrae, 9 praças de artesanato, 6 praças de alimentação, 42 oficinas, 52 palestras de nível internacional, e mais 8 shows de voz e violão. Sem contar a recepção e monitoramento das crianças, iniciativa que recebeu vários elogios.

Gilvam Borges é senador da República e líder da oposição no Amapá

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