João Capiberibe (PSB)
e Randolfe Rodrigues (PSOL), ambos do Amapá,
contestaram ontem as acusações feitas contra eles por meio de um dossiê
encaminhado ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos afirmaram que
as denúncias partiram de “representantes do crime organizado” e tiveram início
na campanha para a Prefeitura de Macapá. De acordo com o dossiê, Randolfe teria
recebido dinheiro em 1999 e 2000, quando era deputado estadual, para votar a
favor da aprovação das contas do então governador Capiberibe. O
denunciante teria até recibos desse pagamento — que são falsos, segundo os dois
parlamentares.
Segundo Capiberibe, o dossiê
é “uma armação perpetrada por políticos adversários, que tentam retomar o poder
no Amapá a qualquer custo”.
— Ao colocar todos na lama
emporcalhada em que vive, o crime organizado do Amapá busca um salvo-conduto —
afirmou Randolfe.
O senador se mostrou surpreso com
o encaminhamento da denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo
presidente do Senado, Renan Calheiros, pois ele mesmo já a havia encaminhado
quando o caso surgiu no âmbito estadual. Ele afirmou, porém, que o procedimento
deveria tornar-se um padrão na Casa.
Ana Amélia (PP-RS), Pedro Taques
(PDT-MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) apoiaram a avaliação.
— Esse é o caminho para que
qualquer denúncia que chegue aqui seja encaminhada rapidamente às devidas
autoridades — disse Jarbas.
Em nota, Renan Calheiros afirmou
que “não compete ao presidente do Senado emitir juízo de valor ou entrar no
mérito do assunto, tampouco encaminhar a questão ao Conselho de Ética, expondo
desnecessariamente os senadores”. Segundo ele, sendo a matéria de competência
do Ministério Público Federal, a documentação foi enviada à PGR “para, se for o
caso, adotar as medidas que entender pertinentes”. Renan afirmou que nutre
“sincero respeito e apreço” pelos dois senadores.
Ao apoiar os colegas, Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP) ressaltou “a luta de Capiberibe para quebrar
um grupo poderoso envolvido com o crime organizado”. Jorge Viana (PT-AC)
declarou que o autor do dossiê é “um político de quinta categoria”, enquanto
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) frisou que, infelizmente, “é isso o que acontece
com aqueles que combatem o crime organizado”.
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