quarta-feira, 20 de março de 2013

Senadores pelo Amapá se defendem de acusações


João Capiberibe (PSB) e Randolfe Rodrigues (PSOL), ambos do Amapá, contestaram ontem as acusações feitas contra eles por meio de um dossiê encaminhado ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos afirmaram que as denúncias partiram de “representantes do crime organizado” e ­tiveram início na campanha para a Prefeitura de Macapá. De acordo com o dossiê, Randolfe teria recebido dinheiro em 1999 e 2000, quando era deputado estadual, para votar a favor da aprovação das contas do então governador Capiberibe. O denunciante teria até recibos desse pagamento — que são falsos, segundo os dois parlamentares.
Segundo Capiberibe, o dossiê é “uma armação perpetrada por políticos adversários, que tentam retomar o poder no Amapá a qualquer custo”.
— Ao colocar todos na lama emporcalhada em que vive, o crime organizado do Amapá busca um salvo-conduto — afirmou Randolfe.
O senador se mostrou surpreso com o encaminhamento da denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo presidente do Senado, Renan ­Calheiros, pois ele mesmo já a havia encaminhado quando o caso surgiu no âmbito estadual. Ele afirmou, porém, que o procedimento deveria tornar-se um padrão na Casa.
Ana Amélia (PP-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) apoiaram a avaliação.
— Esse é o caminho para que qualquer denúncia que chegue aqui seja encaminhada rapidamente às devidas autoridades — disse Jarbas.
Em nota, Renan Calheiros afirmou que “não compete ao presidente do Senado emitir juízo de valor ou entrar no mérito do assunto, tampouco encaminhar a questão ao Conselho de Ética, expondo desnecessariamente os senadores”. Segundo ele, sendo a matéria de competência do Ministério Público Federal, a documentação foi enviada à PGR “para, se for o caso, adotar as medidas que entender pertinentes”. Renan afirmou que nutre “sincero respeito e apreço” pelos dois senadores.
Ao apoiar os colegas, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ressaltou “a luta de Capiberibe para quebrar um grupo poderoso envolvido com o crime organizado”. Jorge Viana (PT-AC) declarou que o autor do dossiê é “um político de quinta categoria”, enquanto Rodrigo Rollem­berg (PSB-DF) frisou que, infelizmente, “é isso o que acontece com aqueles que combatem o crime ­organizado”.


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