O ministro da cultura e mídia da Alemanha, Bernd
Neumann, em visita ao Brasil, esteve reunido nesta quinta-feira (22) com
membros da Comissão de Cultura, na Câmara Federal. Durante o encontro, o
ministro alemão falou sobre funcionamento da comissão de cultura, o parlamento
e investimentos em cultura na Alemanha. Os parlamentares brasileiros explicaram
sobre os avanços da política cultural no Brasil e dos trabalhos realizados pela
comissão no Congresso. A presidente da Comissão, deputada Jandira Feghalli
(PCdoB/RJ), disse que a comissão tem o papel de legislar e fiscalizador no
âmbito cultural e que, apesar da diversidade cultural do país, buscam
contribuir com a organização das áreas. O ministro disse que observou que o
Brasil tem como foco a promoção do acesso à cultura à população em larga escala
das classes menos favorecidas, mas que na Alemanha buscam novos caminhos, uma
vez que já conseguiram garantir este acesso à população. Bernd Neumann defendeu
o investimento em cultura e falou sobre o orçamento. “Na Alemanha o
investimento em cultura é de responsabilidade dos estados, apenas 12% fica sob
a responsabilidade da união.Neste ponto não podemos comparar o Brasil com a
Alemanha, pois somos um país pequeno e homogêneo”, disse. A deputada Jandira
explicou que no Brasil o baixo orçamento para implementação e expansão dos
projetos prejudica o desenvolvimento do setor, mas que há uma iniciativa do
Governo Federal em democratizar os investimentos. “O orçamento para a
atividade fim de cultura, e de 400 milhões, com poder discricionário de uso.
Isso representa apenas 0,6% do orçamento da União para o fomento da
cultura”, afirmou. O deputado Jean Wilys (PSOL/RJ) explicou que a má distribuição
também causa danos.” Este recurso não está distribuído igualitariamente em
todas as regiões do país, se concentra basicamente nos estados da região
sudeste, o que torna baixo o investimento nos outros estados”. O deputado Evandro Milhomen (PCdoB/AP), vice-presidente da
comissão, explicou o reflexo no país. “Nos estados e municípios não há
estrutura, alguns nem possuem secretaria de cultura”. E ressaltou as mudanças
no cenário político. “Hoje existe uma pressão nacional para democratizar estes
investimentos, a comissão é recente, mas estamos buscando trazer para o debate
do Congresso investimentos em novas áreas e regiões”, afirmou. Millhomen
ressaltou a importância do intercâmbio cultural e citou a experiência do Amapá.
“O Amapá já esteve na Alemanha divulgando nossa música, o Grupo Senzalas
participou de uma turnê pelo seu país”, comentou. O ministro falou sobre alguns
eventos culturais como a Bienal do Livro, onde a Alemanha participa como
convidada e disse que o Brasil será convidado para participar da Bienal de Frankfurt,
e que ainda este ano vai participar da “Festa cultural do futebol na Alemanha”.
Ele defendeu a cultura como “fundamental para que a pessoa se sinta parte do
país”, e afirmou que espera estreitar as relações culturais entre o Brasil e a
Alemanha. E destacou que no setor audiovisual já existem alguns projetos
realizados ao longo de 5 anos, mas acredita que é possível ampliar uma
cooperação onde já existem bases.
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